
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a subscrição de ações da Cosan (CSAN3) por fundos do Perfin e do BTG Pactual, conforme fato relevante divulgado pela holding de Rubens Ometto na noite de quinta-feira (30). A decisão, que ainda depende do prazo legal de 15 dias, abre caminho para a conclusão da primeira oferta pública em andamento.
O aporte, avaliado em R$ 10 bilhões, havia sido anunciado no fim de setembro e movimentou o mercado financeiro. Controladora da Raízen (RAIZ4), da Rumo Logística (RAIL3) e da Compass Gás e Energia, a Cosan busca reequilibrar sua estrutura de capital após um período de forte endividamento.
Ao fim de 2024, a companhia acumulava dívidas de R$ 23,5 bilhões e prejuízo líquido de R$ 9,4 bilhões, com receita anual de R$ 44 bilhões. A nova capitalização, segundo a empresa, representa um passo decisivo para reduzir a alavancagem e retomar o ritmo de crescimento.
De acordo com o CFO da Cosan, Rodrigo Araujo, os recursos da operação serão integralmente direcionados ao fortalecimento do caixa da holding, sem repasses para a Raízen. “Trata-se de uma operação que traz novos sócios e novas características à companhia. São investidores estratégicos, que contribuirão com a expansão e a diversificação do nosso portfólio”, afirmou.
A estrutura de controle permanece inalterada, com a Aguassanta, de Rubens Ometto, mantendo 50,01% das ações da Cosan. A capitalização será feita por meio de dois follow-ons. O primeiro, no valor base de R$ 7,25 bilhões, será subscrito pelo consórcio de investidores e incluirá um hot issue de R$ 1,81 bilhão, voltado à base atual de acionistas. Quem participar receberá 50% das ações com lock-up de dois anos.
O segundo follow-on poderá alcançar até R$ 2,75 bilhões, considerando o montante captado na primeira oferta, e seguirá as mesmas condições de preço. Essa etapa será prioritária para os atuais acionistas e terá lock-up de 90 dias para os insiders. O consórcio de investidores, no entanto, não participará dessa segunda rodada.
Com a aprovação do Cade e a execução da oferta, a Cosan dá início a um novo ciclo de capitalização que, segundo analistas, deve reduzir o peso da dívida e abrir espaço para novos investimentos em logística, energia e biocombustíveis.








