A Cosan (CSAN3) concluiu a segunda oferta pública de ações ordinárias, captando R$ 1,43 bilhão e elevando em 287,5 milhões o total de papéis emitidos. A operação, iniciada em 3 de novembro de 2025, fixou o preço unitário das ações em R$ 5, sendo R$ 1 destinado ao capital social e R$ 4 à reserva de capital.
Com o resultado da emissão, o capital social da companhia passa a ser de R$ 10,28 bilhões, dividido em 3,97 bilhões de ações ordinárias. Segundo a Cosan, as novas ações começam a ser negociadas na B3 em 13 de novembro, com liquidação prevista para o dia seguinte.
A oferta foi direcionada a investidores profissionais no Brasil, compradores institucionais qualificados nos Estados Unidos e investidores internacionais elegíveis. Não houve emissão de American Depositary Shares (ADSs), que permanecerão suspensas por 40 dias após a conclusão da operação.
Na semana anterior, a Cosan já havia levantado R$ 9,06 bilhões com a primeira oferta pública, por meio da emissão de 1,81 bilhão de ações. As duas operações somadas resultam em captação superior a R$ 10 bilhões, em um contexto de elevado endividamento. Ao fim de 2024, a companhia registrava dívida de R$ 23,5 bilhões e prejuízo de R$ 9,4 bilhões, frente a uma receita de R$ 44 bilhões.
A empresa informou que a demanda pelos papéis foi alta, o que levou à emissão adicional de 100 milhões de ações para atender ao excesso de procura. A colocação ocorreu sem direito de preferência aos acionistas anteriores, dentro do limite do capital autorizado, o que amplia o free float, mas dilui a participação proporcional da base existente.
Os recursos líquidos obtidos serão utilizados para fortalecer a estrutura de capital da Cosan e de suas controladas, incluindo a Raízen (RAIZ4), com o objetivo de melhorar o perfil de crédito e liquidez.
Na segunda-feira (10), a Cosan também confirmou a formalização de um novo acordo de acionistas entre seus controladores — Aguassanta Investimentos S.A. e Queluz Holding Limited, ligadas à família Rubens Ometto Silveira Mello — e fundos geridos pelo BTG Pactual e pela Perfin.
O documento, que passa a valer com a liquidação da primeira oferta, formaliza a parceria entre as holdings controladoras e os fundos Perfin Rally FIP Multiestratégia, BTG Pactual Infraestrutura III FIP Multiestratégia, FIP BPAC3 Multiestratégia e BTG Pactual Co-Investimento Cosan FIP Multiestratégia. Para consolidar a operação, foi criada a Vertiz Holding S.A., que reunirá as participações da família Ometto e dos fundos. A Cosan e Rubens Ometto aparecem como intervenientes anuentes no acordo.







