O nível de atividade econômica apresentou nova perda de fôlego em setembro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, indicador que funciona como uma aproximação mensal do comportamento do PIB. A medida registrou queda de 0,24% em relação a agosto, na série com ajuste sazonal, movimento que interrompe a variação positiva observada anteriormente e que veio mais intensa do que estimavam analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Antes da divulgação, a expectativa mediana apontava para recuo de 0,10%, com estimativas entre queda de 0,50% e alta de 0,30%.
Os dados detalhados mostram comportamento desigual entre os setores que compõem o índice. O IBC-Br que exclui os efeitos da agropecuária caiu 0,37% no mês, após ter avançado 0,38% em agosto. Já o componente agropecuário registrou alta de 1,51%, revertendo a queda de 3,26% observada no mês anterior. É a sexta retração consecutiva da atividade na métrica que considera a margem. O setor de serviços também reduziu o ritmo e recuou 0,09%, após apresentar crescimento revisado de 0,17% no mês anterior. A indústria teve queda de 0,66%, revertendo a alta de 0,79% registrada em agosto, enquanto a rubrica de impostos, relacionada aos tributos líquidos sobre produtos no cálculo do PIB, mostrou retração de 0,65% depois de ter subido 0,47% no mês anterior.
Na comparação com setembro do ano passado, os dados sem ajuste sazonal mostram expansão de 1,98%, ligeiramente abaixo da mediana das previsões, que era de 2%. O indicador ex-agropecuária cresceu 1,82% na base interanual, enquanto o componente agropecuário avançou 4,86%. Entre os demais setores, serviços aumentaram 1,80%, a indústria cresceu 2,09% e o índice de impostos registrou avanço de 1,53%. Os números confirmam um cenário de desaceleração gradual da economia na passagem do terceiro trimestre, com comportamentos distintos entre os segmentos e impacto direto da perda de dinamismo de serviços e indústria.









