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Riscos digitais crescem na Black Friday e exigem atenção redobrada de consumidores e empresas

Golpes online avançam com uso de IA e pressionam consumidores e empresas em um dos períodos mais críticos do ano

A chegada da Black Friday marca um período em que o consumo cresce de forma acelerada, mas também amplia significativamente os riscos digitais para consumidores e empresas. A combinação entre volume de transações, campanhas intensas e maior circulação de dados torna o ambiente especialmente favorável para a atuação de golpistas, que utilizam desde páginas falsas até ataques sofisticados baseados em inteligência artificial. A preocupação não se limita a quem compra; organizações de todos os portes enfrentam risco elevado de invasões, sequestro de dados e fraudes operacionais.

Pesquisas recentes mostram que o avanço tecnológico tem tornado os golpes mais difíceis de identificar. Segundo levantamento do Reclame AQUI, 63% dos consumidores afirmam não conseguir reconhecer fraudes criadas com IA, enquanto 20% dizem ter sido vítimas em edições anteriores da Black Friday. Além dos preços, fatores como reputação da marca, segurança contra golpes e avaliações de outros clientes ganharam relevância no processo de decisão, refletindo uma mudança no comportamento do consumidor em 2025.

Nas empresas, as ameaças são potencializadas pelo uso de equipamentos corporativos para compras pessoais. Especialistas alertam que um único acesso indevido pode comprometer sistemas inteiros, possibilitando a entrada de ransomwares e vazamentos de informações. A recomendação é que equipes sejam orientadas a evitar links duvidosos, usar apenas canais oficiais e manter a separação entre ambientes pessoais e corporativos. A OSTEC destaca que a cultura de segurança, mais do que ferramentas tecnológicas, é determinante para evitar incidentes.

Para o consumidor, medidas preventivas simples continuam sendo essenciais. Profissionais da Data Rudder reforçam a importância de desconfiar de mensagens com senso de urgência, evitar links encaminhados por redes sociais, confirmar pedidos de pagamento por outros canais e manter autenticação em duas etapas ativa. Do ponto de vista das instituições financeiras, o desafio é antecipar transações suspeitas a partir de análises comportamentais em tempo real, avaliando histórico, dispositivo e padrão de atividade.

Também é comum que golpistas criem sites que imitam grandes varejistas. Apesar do cuidado com a aparência visual, especialistas indicam sinais que podem denunciar fraudes, como erros de ortografia, desalinhamento de logotipos, imagens de baixa qualidade, excesso de pop-ups ou inconsistências na identidade visual. Detalhes de navegação, como cadeado de segurança, endereço iniciado por https e políticas de privacidade claras, ajudam a confirmar a legitimidade de uma página.

O aumento de tráfego digital durante a Black Friday também eleva a exposição das plataformas comerciais. Empresas de tecnologia alertam que sistemas sobrecarregados dificultam a identificação de acessos maliciosos, permitindo invasões automatizadas ou exploração de falhas. Auditorias prévias, revisão de permissões e monitoramento contínuo são medidas apontadas como fundamentais para evitar prejuízos em um período crítico para o varejo. O reforço da equipe de tecnologia é igualmente necessário, pois ataques tendem a ocorrer justamente quando sistemas operam no limite.

Para varejistas, soluções tecnológicas atualizadas ajudam a reduzir a vulnerabilidade diante de ataques mais sofisticados. Plataformas seguras, sistemas em nuvem, certificação de pagamentos e manutenção regular minimizam pontos de falha. A Zucchetti Brasil explica que, com a modernização das ferramentas, é possível operar com maior segurança sem exigir conhecimento avançado das equipes. Criptografia, detecção de ameaças e atualizações automáticas reduzem o risco antes mesmo que incidentes se concretizem.

Fintechs de crédito e meios de pagamento, como a RPE, também reforçam protocolos neste período, ajustando o monitoramento e aproximando equipes técnicas das operações dos clientes. A avaliação de padrões de comportamento é intensificada para detectar tentativas de fraude entre novos consumidores que entram na base. A inteligência artificial desempenha papel crescente nesse processo, auxiliando na análise de grandes volumes de dados e permitindo identificar sinais antes imperceptíveis.

A combinação de alto tráfego, consumidores ansiosos por promoções e criminosos munidos de ferramentas cada vez mais avançadas transforma a Black Friday em um ponto crítico para a segurança digital. Especialistas concordam que a prevenção continua sendo a estratégia mais eficaz, tanto para evitar prejuízos financeiros quanto para preservar a confiança em um dos maiores eventos de consumo do ano.

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