Confira o que acompanhar na semana de 11 a 15 de dezembro de 2023

O destaque será a Super Quarta, com as decisões sobre as taxas de juros tanto do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil

Depois de uma semana intensa marcada por dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB), os próximos dias prometem ser ainda mais agitados. O destaque será a Super Quarta, com as decisões sobre as taxas de juros tanto do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil quanto do Federal Open Market Committee (Fomc) do Federal Reserve (Fed) dos EUA.

Os mercados estarão focados não apenas nos resultados dessas reuniões, mas principalmente nos comunicados que as acompanham e na coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed, que explicará detalhadamente a decisão de juros nos Estados Unidos. No dia seguinte, será a vez das decisões do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) serem anunciadas.

Antes da Super Quarta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai publicar os dados do IPCA de novembro, que influenciarão a decisão da semana e darão indícios para o futuro. O Bradesco prevê um aumento mensal de 0,26%. A equipe de Research da XP espera uma variação mensal de 0,26%, atribuída à queda nos preços de bens industriais devido à Black Friday e à gasolina, após ajustes da Petrobras. A mesma equipe prevê uma alta moderada nos serviços, reforçando um cenário favorável de desinflação a curto prazo.

Na segunda-feira, serão divulgados os dados semanais do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) pela FIPE, o relatório Focus do Banco Central e os números da balança comercial. Na terça-feira, além do IPCA, serão conhecidos os dados do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de dezembro, fornecidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Na quarta-feira, a atenção se volta para a divulgação da taxa Selic pelo Copom, com expectativa de um corte de 0,50 ponto percentual, alcançando 11,75% ao ano. O Bradesco espera que as atenções se concentrem nas indicações do Comitê sobre os próximos passos, dada a redução dos riscos no cenário internacional desde a última reunião do Copom.

A equipe econômica do Itaú considera que o cenário atual, marcado por um consumo resiliente e uma inflação mais controlada, proporciona uma situação favorável para que o Copom não mantenha a mesma magnitude de cortes anteriores. A equipe liderada por Mario Mesquita espera que essa abordagem seja mantida na próxima reunião, apesar da possibilidade de haver algumas qualificações.

No mesmo dia, o IBGE publicará a Pesquisa Mensal de Serviços, com os resultados da receita do setor de serviços de outubro, e o Banco Central divulgará os números de Fluxo Cambial. Na quinta-feira, será a vez da divulgação da Pesquisa Mensal de Comércio de outubro, que trará os números de vendas no varejo.

A equipe da XP prevê expansão nas vendas varejistas, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), e estabilidade na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), com resultados variados entre os segmentos.

A semana encerrará com a divulgação do índice IBC-Br de atividade econômica de outubro pelo Banco Central e, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), do IGP-10 de dezembro, com o Bradesco projetando um aumento mensal de 0,58%.

Semana na política

No campo político, a expectativa é de semana cheia no Congresso, com votações dos vetos ao arcabouço fiscal e à desoneração da folha (esperados para semana passada).

O destaque será a votação do projeto que revisará a tributação das subvenções do ICMS, considerado pela XP a “principal aposta do Ministério da Fazenda para elevar a arrecadação a partir do ano que vem”.

Na pauta, estarão presentes também as decisões sobre a tributação de apostas online e sobre a lei de diretrizes orçamentais (LDO) de 2024.

Estados Unidos

Mesmo com dados do relatório de folha de pagamento (payroll) acima do esperado, as bolsas nos EUA encerraram a semana com ganhos, após altas na sessão de sexta-feira. Os números apresentados demonstraram que o mercado de trabalho de trabalho ainda continua apertado.

Assim, de acordo com a plataforma FedWatch, as apostas pelo início do corte de juros na reunião de março de 2024 se reduziram e a probabilidade de manutenção do patamar atual nos encontros de janeiro e dezembro se sedimentou.

É com esse espírito que se chega à semana de decisão de juros pelo Fomc (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve), que deverá manter a taxa no intervalo entre 5,25% e 5,50% na quarta-feira.

Tão relevante quanto a divulgação da (já esperada) decisão é a coletiva de Jerome Powell, presidente do Fed, que acontece logo após o anúncio da decisão. No mesmo dia, será apresentado, também, o Índice de Preços ao Produtor.

Na terça-feira, os EUA conhecerão o Índice de preços ao consumidor, com projeção LSEG de aumento de 0,1% na comparação mensal e o resultado fiscal do mês de novembro.

E, na quinta, os números semanais de auxílio desemprego serão divulgados, bem como os dados de venda no varejo, com expectativa LSEG de redução de 0,1% na comparação mensal.

Na sexta-feira, saem os dados do índice Empire Manufacturing de dezembro e a produção industrial de novembro, que deve trazer alta de 0,2% em relação ao mês anterior, conforme consenso LSEG. O IHS Markit apresentará o índice PMI composto de dezembro.

Europa

Na Zona do Euro, na quinta-feira, sairá o anúncio de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), seguido de entrevista da presidente do BCE, Christine Lagarde. O consenso do mercado é de manutenção da taxa em 4,50%.

Enquanto isso, no mesmo dia, sai a decisão de juros do Reino Unido, com o consenso do mercado prevendo a manutenção da taxa em 5,25% pelo Banco Central do Reino Unido (BoE).

A semana contará, ainda, com dados do levantamento ZEW de sentimento econômico pela Alemanha, na terça-feira, seguidos pelos dados de produção industrial do bloco europeu na quarta.

Por fim, na sexta-feira, a Alemanha e a Zona do Euro divulgarão seus números do índice PMI Composto, apurado pela Markit. O bloco trará também a balança comercial de outubro.