Kinsol vai investir R$ 150 milhões em postos para carros elétricos

As dez primeiras estações ficarão prontas até o final de abril em pontos estratégicos de rodovias, como na Presidente Dutra, Bandeirantes e Fernão Dias, em SP

A Kinsol, franquia especializada em serviços relacionados a energia solar, planeja inaugurar até o final de 2025 cerca de 1.000 eletropostos ultra rápidos na capital paulista e na Grande São Paulo. Com investimentos de R$ 150 milhões, as estações são projetadas para abastecer veículos elétricos com carga total em um período de 20 a 40 minutos.

As dez primeiras estações ficarão prontas até o final de abril em pontos estratégicos de trechos de rodovias, como na Presidente Dutra, Bandeirantes e Fernão Dias, e locais com bastante fluxo de veículos na cidade de São Paulo.

“Para atingir essa meta de 1.000 eletropostos, nós abrimos também [a captação] para investidores no modelo anjo [aqueles de apostam recursos em empresas ou projetos em estágio inicial]. A remuneração dos investidores deve ficar entre 1% e 6% do capital investido”, afirma Maurício Crivelin, presidente da Kinsol.

O executivo estima que o preço cobrado por quilowatt no abastecimento ficará entre R$ 2 e R$ 2,5 a depender dos custos de manutenção da estação — basicamente aluguel do espaço. A aposta da empresa está centrada na crescente demanda por carros elétricos, e na consequente necessidade de ampliação da infraestrutura de abastecimento. Locais como supermercados, academias e shoppings centers são os candidatos naturais a receber este tipo de serviço.

A captação de recursos e o mapeamento de pontos são passos cruciais, mas não suficientes. Há desafios a serem superados, especialmente em áreas carentes de infraestrutura elétrica na grande São Paulo, onde a rede pode não suportar uma demanda elevada de energia em curto prazo. Além disso, a partir de 2024, o governo federal iniciou a tributação de veículos elétricos e híbridos importados, fator que pode impactar negativamente as projeções de crescimento do setor.

Segundo Crivelin, a empresa tem penetração no mercado de estações de recarga, pois já atua na instalação dos equipamentos de algumas montadoras. “Se você comprar um Volvo, quem vai instalar a estação de recarga é um dos nossos franqueados”, diz. “Temos parcerias com a Stelantis, Renault, Nissan e essas empresas não querem negociar com um integrador de energia diferente em cada cidade”, afirma.

A energia usada nos eletropostos será suprida pela concessionária local. Como a Enel Distribuição São Paulo é a concessionária que atende 24 municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, será dela que virá a eletricidade e o abastecimento.

Empresas do setor têm direcionado seu foco para esse segmento. Só em 2023 importantes anúncios foram feitos: a Raízen Power, licenciada da marca Shell Recharge, comprou a rede de recarga de veículos elétricos da Tupinambá. O grupo Pacto Energia investiu R$ 10 milhões na compra da fábrica de sistemas de carregamento de carros elétricos da Techview. E a A Volvo anunciou investimento de R$ 50 milhões na instalação de pontos de recarga de veículos elétricos no Brasil.

(Robson Rodrigues - Valor Econômico)