Renda fixa atrelada à inflação supera CDI no longo prazo

Estudos da TAG Investimentos mostram que, ao longo do tempo, títulos atrelados ao IPCA com retorno de 6% ou mais superam amplamente o CDI, especialmente em prazos mais longos

O CDI é frequentemente visto como um porto seguro para o investidor brasileiro, já que acompanha a taxa Selic, atualmente em 10,50%. Com uma inflação de 4,59% nos últimos 12 meses e expectativas de alta para 2024, o ganho real para quem investe no CDI supera 6%, consolidando sua popularidade.

No entanto, um investimento que vem ganhando força e que qualquer investidor pode acessar é o Tesouro IPCA+. Estudos da TAG Investimentos mostram que, ao longo do tempo, títulos atrelados ao IPCA com retorno de 6% ou mais superam amplamente o CDI, especialmente em prazos mais longos. Por exemplo, em alocações de oito anos, o Tesouro IPCA+ entregou um retorno superior ao CDI em 91,58% do tempo.

Essa vantagem é ainda mais relevante em cenários de instabilidade, como o atual, onde a economia dos EUA preocupa e o dólar continua valorizado. O CDI, ao contrário do Tesouro IPCA+, não oferece proteção contra a inflação, o que pode ser um risco significativo, principalmente se o dólar alto continuar a pressionar os preços.

Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central passou a considerar o câmbio como um risco para a inflação, aumentando as especulações sobre um possível aumento de juros no Brasil. Durante esse período de incerteza, investidores em pós-fixados não veem sua remuneração subir, enquanto o Tesouro IPCA+ continua a oferecer retornos atrativos.

Especialistas, como Ricardo Nunes da Paramis Capital, alertam para o risco de descontrole inflacionário, enquanto Fábio Guarda da Galapagos Capital observa que o mercado já precifica um risco elevado, o que explica a boa remuneração dos títulos atrelados ao IPCA.

Essas análises indicam que confiar exclusivamente no CDI pode ser prejudicial no longo prazo, seja pelo impacto da inflação ou pela perda de oportunidades de ganhos maiores com o Tesouro IPCA+. Diversificar a carteira é fundamental, como destaca Marco Bismarchi, da TAG Investimentos, que prefere alocações no Tesouro IPCA+, mas também mantém posições em pós-fixados como parte de uma estratégia de diversificação.