O Brasil pode se beneficiar do início do ciclo de corte de juros nos EUA, previsto para setembro, segundo Malcolm Dorson, chefe de estratégia de mercados emergentes da Global X. Com a desvalorização do dólar, o mercado brasileiro tende a ganhar força, já que, historicamente, uma queda de 1% no índice DXY (que mede a força do dólar) resulta em uma alta de 5% nas ações brasileiras.
Dorson destaca que o Brasil tem uma forte relação com o dólar, o que o coloca em posição favorável com a desvalorização da moeda americana, especialmente no contexto de cortes de juros pelo Federal Reserve. Em agosto, o Ibovespa subiu 7%, enquanto o DXY recuou 3%, reforçando essa tendência.
Além disso, o especialista acredita que os cortes nos EUA favorecem mercados emergentes, como Brasil e Índia, atraindo mais investidores. Ele destaca o potencial das ações de menor "valuation" (small caps) e oportunidades fora dos EUA, com grande interesse por ETFs focados em mercados emergentes.
Apesar do crescimento maior da Índia, Dorson ressalta que Brasil e Índia se complementam, com o Brasil sendo um mercado cíclico dependente de commodities, enquanto a Índia oferece uma trajetória de crescimento estrutural.
Para a bolsa brasileira, Dorson recomenda ações dos setores financeiro, industrial e de consumo discricionário, destacando os papéis de crescimento. Ele ainda menciona que o foco do governo Lula no controle do déficit fiscal trouxe de volta investidores, favorecendo as perspectivas para o mercado. (Com informações do Valor Econômico)