Ações brasileiras listadas na B3 valem menos do que o banco JPMorgan
A Petrobras, empresa brasileira mais valiosa, com cerca de US$ 80 bilhões, ocupa a 229ª posição no ranking global

A recente queda nas ações e a desvalorização do real frente ao dólar fizeram o valor de mercado da bolsa brasileira despencar no cenário global. Segundo dados da B3 de 4 de janeiro, as 654 empresas listadas na bolsa brasileira somavam, juntas, um valor de US$ 654,4 bilhões. Esse montante é significativamente inferior aos US$ 900 bilhões registrados 12 meses antes, quando a B3 estava entre as 20 maiores bolsas do mundo.

Atualmente, o conjunto das ações brasileiras listadas vale menos do que o banco norte-americano JPMorgan, cujo valor de mercado é de US$ 685 bilhões, colocando-o apenas como a 14ª empresa mais valiosa do mundo, segundo o portal CompaniesMarketcap. Comparativamente, a Apple, líder global em valor de mercado com US$ 3,679 trilhões, vale quase seis vezes mais do que toda a bolsa brasileira.

A Petrobras, empresa brasileira mais valiosa, com cerca de US$ 80 bilhões, ocupa a 229ª posição no ranking global, ficando atrás de empresas como a rede de fast food Chipotle Mexican Grill, que vale US$ 81 bilhões.

Queda acentuada em 2024
Em 2024, o Ibovespa, principal índice da B3, registrou uma queda de 10,4%. Porém, em dólares, a desvalorização foi ainda maior, alcançando 25%, o pior desempenho desde os 41% de queda em 2015, durante o governo Dilma Rousseff. Apesar disso, analistas continuam céticos sobre uma recuperação breve das ações brasileiras e, para algumas instituições, o cenário pode até piorar.

Na sexta-feira (3), o HSBC rebaixou sua recomendação para a bolsa brasileira de "neutra" para "underweight" (abaixo da média de mercado). Embora considere as ações brasileiras baratas, o banco apontou o ciclo de juros em alta, a fraqueza do real e as expectativas de crescimento econômico mais lento como barreiras significativas para a valorização dos ativos.

A deterioração das perspectivas econômicas, que já era perceptível desde o início de 2024, foi agravada em dezembro, após o governo federal anunciar um pacote de corte de gastos considerado insuficiente por muitos analistas. Esses fatores aumentam as incertezas quanto à recuperação do mercado brasileiro no curto prazo.

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