B3 registra receita de R$ 10,6 bilhões em 2024
Crescimento é resultado de avanço em todas as linhas de negócio, mesmo diante de cenário macroeconômico desafiador

A B3 S.A. (B3SA3) anunciou hoje os resultados financeiros do quarto trimestre e do consolidado de 2024. Em um ano desafiador, marcado por um ambiente macroeconômico instável e um ciclo prolongado de juros altos, a companhia registrou uma receita total de R$ 10,6 bilhões, representando um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. O lucro líquido recorrente alcançou R$ 4,8 bilhões, um avanço de 4%.

No último trimestre do ano, a receita totalizou R$ 2,7 bilhões, um aumento de 7% em comparação com o mesmo período de 2023, embora tenha registrado uma leve queda de 1,6% em relação ao terceiro trimestre de 2024. O lucro líquido recorrente foi de R$ 1,2 bilhão, crescendo 13,6% na comparação anual e reduzindo-se em 2% frente ao trimestre anterior.

“O cenário macroeconômico foi volátil, mas o modelo de negócios diversificado da B3 mostrou resiliência. O crescimento da receita ao longo do ano foi impulsionado por uma agenda contínua de inovação e pela proximidade com o mercado, que possibilitou o lançamento de novos produtos e funcionalidades”, afirmou André Veiga Milanez, diretor-executivo Financeiro, Administrativo e de Relações com Investidores da companhia.

Segmento listado impulsiona receita

O segmento Listado, responsável por 57,5% da receita total da B3, atingiu R$ 6 bilhões em 2024, um crescimento de 1,8% em relação ao ano anterior. O mercado de ações teve destaque com o aumento da negociação de BDRs (47%), FIIs (37%) e ETFs (16%), compensando a queda no volume de ações à vista.

Nos derivativos, o Futuro de Bitcoin se consolidou como um dos principais produtos, gerando R$ 65 milhões em receita ao longo do ano. Outras novidades, como os derivativos sobre o índice Small Cap B3 (SMLL B3) e o futuro de café conilon, também contribuíram para o desempenho do setor. O número médio diário de contratos negociados (ADV) chegou a 7,1 milhões, um crescimento de 15%.

No quarto trimestre, a receita do segmento Listado foi de R$ 1,5 bilhão, um aumento de 5,9% em relação ao mesmo período de 2023. Produtos como ETFs (39%), BDRs (92%) e Fundos Listados (43%) ganharam participação no volume total de negociação, subindo de 11% para 15% no comparativo anual. O Futuro de Bitcoin, por sua vez, teve um volume médio diário negociado de 206 mil contratos e gerou R$ 42,8 milhões em receitas no período.

Segmento de balcão cresce impulsionado por renda fixa

Em um cenário de juros elevados, o segmento de Balcão somou R$ 1,6 bilhão em receita, representando 16% do total e um crescimento de 13,4% na comparação com 2023. As emissões de instrumentos de renda fixa avançaram 5%, refletindo a maior necessidade de financiamento dos participantes do mercado, enquanto os estoques desses produtos cresceram 22%.

No quarto trimestre, o segmento obteve receita de R$ 436,3 milhões, alta de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume de novas emissões de instrumentos de captação bancária cresceu 10,9% na comparação anual e 7,3% em relação ao terceiro trimestre. Os CDBs responderam por 76,7% dessas emissões. Além disso, o número de investidores no Tesouro Direto aumentou 15,5%, enquanto o estoque médio cresceu 13%.

Expansão na infraestrutura de financiamento e tecnologia

O segmento de Infraestrutura para Financiamento fechou o ano com receita de R$ 564,4 milhões, crescimento de 14%. O desempenho foi impulsionado por um aumento de 20,4% no número de veículos financiados. No entanto, no quarto trimestre, a receita caiu 13,5% devido ao encerramento do programa Desenrola, em maio de 2024.

Em Tecnologia, Dados e Serviços, a receita anual somou R$ 2,1 bilhões, um aumento de 10,5%. No trimestre, o faturamento foi de R$ 572,5 milhões, alta de 9,7%. O crescimento foi impulsionado pelo aumento de 7% no número de clientes que utilizam mensalmente os sistemas de Balcão, refletindo a expansão da indústria de fundos no Brasil.

Atuação social e gestão de despesas

A B3 também destacou sua atuação social em 2024, com o aporte de R$ 67 milhões em 170 projetos que beneficiaram mais de 19 milhões de pessoas no Brasil. Além disso, foram doados R$ 3,4 milhões para apoiar emergências climáticas no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Acre.

A companhia manteve o controle rigoroso das despesas, que cresceram 4,8% no ano, em linha com a inflação. No quarto trimestre, as despesas totalizaram R$ 908,2 milhões, uma queda de 15,3% em relação ao mesmo período de 2023. Esse resultado se deve, principalmente, ao fim da amortização de intangíveis da combinação com a Cetip e à antecipação de necessidades de caixa na atividade de autorregulação.

Retorno aos acionistas e estratégia para 2025

Em 2024, a B3 distribuiu R$ 5,3 bilhões aos acionistas, sendo R$ 1,2 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP), R$ 380 milhões em dividendos e R$ 3,7 bilhões em recompras de ações. Durante o ano, foram adquiridos 340 milhões de papéis, o equivalente a 6% do capital social da empresa. Um novo programa de recompra já está em vigor, com limite de até 380 milhões de ações.

Para 2025, a B3 mantém o foco na expansão do mercado de crédito e no aprimoramento de produtos e serviços. Um dos pilares estratégicos será a digitalização do mercado de renda fixa, ainda pouco automatizado no Brasil. Além disso, a companhia pretende intensificar a democratização do acesso ao mercado financeiro, ampliando a base de investidores de varejo e promovendo a educação financeira.

A modernização tecnológica também seguirá como prioridade, com investimentos na infraestrutura de negociação, incluindo a migração da clearing de câmbio para a nuvem e o desenvolvimento de soluções inovadoras, como tokenização de ativos.

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