O Banco do Brasil já emprestou mais de R$ 600 milhões por meio do novo modelo de crédito consignado privado, disponível na plataforma eSocial. Desde o início do programa, o banco estatal tem se destacado como principal operador dessa modalidade, atendendo trabalhadores com carteira assinada em mais de 3.000 municípios de todas as regiões do país.
A iniciativa, batizada de Crédito do Trabalhador, foi idealizada pelo governo federal para estimular a economia e reduzir o custo dos empréstimos em um cenário de juros altos. Ainda em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu atuação agressiva do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal na nova linha de crédito, com o objetivo de impulsionar a concorrência e baratear as taxas oferecidas ao consumidor.
Desde então, os bancos públicos têm cumprido o papel esperado. De acordo com dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o volume total de crédito já supera R$ 2 bilhões, sinalizando forte adesão ao programa. A entidade ainda destaca que ajustes operacionais vêm sendo implementados em parceria com o governo para aprimorar o funcionamento da plataforma.
O Crédito do Trabalhador é operado diretamente pelo eSocial, onde o trabalhador pode comparar as propostas oferecidas por bancos e fintechs. O processo começa pela Carteira de Trabalho Digital, onde o interessado simula o valor e o prazo desejado. As instituições financeiras têm até 24 horas para apresentar suas condições, e o trabalhador escolhe a opção mais vantajosa. Após a averbação da margem consignável, o valor é liberado.
Para o diretor de empréstimos e financiamentos do BB, Antonio Chiarello, o novo modelo traz vantagens importantes ao consumidor, principalmente ao permitir a substituição de dívidas caras por contratos com parcelas mais acessíveis. Ele cita o exemplo de um vendedor de empresa atacadista que reduziu sua parcela mensal de R$ 1.202,15 para R$ 678,66 ao contratar o novo crédito, aliviando significativamente o orçamento familiar.
As condições de cada empréstimo, segundo o BB, variam conforme o valor solicitado, o prazo desejado, o perfil do trabalhador e a empresa empregadora. A proposta é personalizada, considerando variáveis integradas e as políticas internas de crédito.
Hoje, 40 instituições financeiras estão homologadas no sistema, e 26 delas já operam ativamente. A expectativa do setor é que, com a implementação da portabilidade prevista para junho, a concorrência entre os bancos aumente ainda mais, beneficiando diretamente os trabalhadores com melhores taxas e condições de pagamento.
