Brasil é o 4º país mais confiável para investimento estrangeiro entre mercados emergentes, aponta Kearney
O levantamento avalia a percepção de investidores globais sobre onde aplicar seus recursos

O Brasil subiu ao pódio da confiança internacional e aparece na quarta colocação do Índice de Confiança para Investimento Direto Estrangeiro (FDICI, na sigla em inglês) entre os principais mercados emergentes. O levantamento, realizado pela consultoria Kearney, avalia a percepção de investidores globais sobre onde aplicar seus recursos e reflete o crescente interesse pelo país, apesar das incertezas do cenário geopolítico.

A pesquisa está em sua terceira edição e inclui os 25 mercados emergentes mais relevantes para o capital internacional. O ranking é liderado pela China (incluindo Hong Kong), seguida por Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. O Brasil ocupa a quarta posição, à frente da Índia, que fecha o top cinco. As Américas, aliás, têm a maior representação na lista, com oito países: além do Brasil, figuram México, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru e Uruguai.

Entre os atributos mais atrativos do Brasil para o investidor estrangeiro estão os recursos naturais (35%), o desempenho econômico (30%), a qualidade da força de trabalho (28%) e a facilidade de fazer negócios (28%). Os incentivos incluem isenções fiscais, acesso a financiamento com juros reduzidos e, em muitos setores, igualdade de tratamento entre investidores nacionais e estrangeiros — com exceção de áreas estratégicas como saúde, telecomunicações, mídia de massa, defesa e propriedade rural.

Para Mark Essle, sócio da Kearney no Brasil, a recente instabilidade causada pelas políticas comerciais dos Estados Unidos não deve afetar substancialmente o apetite por investimentos no país. “Embora a política tarifária dos EUA adicione alguma incerteza à perspectiva econômica do Brasil, é improvável que impactos setoriais, como os da indústria siderúrgica e automobilística, alterem significativamente a trajetória macroeconômica do país”, afirma.

O estudo também destaca que, mesmo em meio a uma onda global de incertezas, os mercados emergentes continuam relevantes, mas a aversão ao risco está levando investidores a preferirem países desenvolvidos. No índice global geral, 19 dos 25 primeiros colocados são economias avançadas, o que reforça a busca por estabilidade diante de um cenário geopolítico volátil.

Os riscos geopolíticos e os gargalos nas cadeias de suprimentos têm sido fatores determinantes na avaliação dos investidores. De acordo com a pesquisa, 38% dos entrevistados consideram provável uma alta nos preços das commodities neste ano, enquanto 35% esperam um aumento das tensões geopolíticas — sete pontos percentuais a mais que na edição anterior.

A Kearney também identificou os principais critérios utilizados pelos investidores para tomar decisões de alocação: o desempenho do mercado doméstico e a eficiência dos marcos legais e regulatórios. A consultoria afirma que esses fatores estão ganhando ainda mais peso, indicando que o foco dos investidores está cada vez mais centrado em fundamentos econômicos sólidos.

Confira o ranking geral da Kearney sobre os mercados mais confiáveis

 

Ranking País
1 Estados Unidos
2 Canadá
3 Reino Unido
4 Japão
5 Alemanha
6 China
7 França
8 Itália
9 Emirados Árabes Unidos
10 Austrália
11 Espanha
12 Suíça
13 Arábia Saudita
14 Coreia do Sul
15 Singapura
16 Nova Zelândia
17 Suécia
18 Portugal
19 Noruega
20 Dinamarca
21 Brasil
22 Bélgica
23 Taiwan
24 Índia
25 México

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