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A inflação anualizada do Brasil, medida em 4,8% até outubro, ocupa a 6ª posição entre os países do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. O levantamento foi realizado pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados em 8 de novembro. A taxa brasileira supera o teto da meta de 3%, cujo intervalo permitido é de 1,5% a 4,5%.
Com a adoção de novas regras, implementadas em junho deste ano, o descumprimento da meta será caracterizado se a inflação anualizada permanecer por mais de seis meses acima ou abaixo do intervalo permitido.
Inflação do Brasil em comparação global
Entre os países do G20, cinco nações apresentaram inflação superior à brasileira no acumulado de 12 meses até outubro:
- Argentina: 193%
- Turquia: 48,5%
- Rússia: 8,5%
- Índia: 6,1%
- México: 4,8%
A inflação dos Estados Unidos, medida pelo CPI (Índice de Preços ao Consumidor), foi de 2,6% no mesmo período, refletindo uma maior estabilidade no cenário norte-americano. Quando analisada a inflação acumulada entre janeiro e outubro, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking do G20.
Juros e controle inflacionário
O Banco Central do Brasil elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 11,25% ao ano. Com isso, o Brasil mantém a 4ª maior taxa nominal entre os países do G20. A medida reflete os esforços da autoridade monetária em conter pressões inflacionárias e estabilizar a economia. Apesar disso, a Selic está em patamar inferior ao de um ano atrás, quando era de 12,25%.
Os países com as maiores taxas de juros no G20 são:
- Turquia: 50%
- Argentina: 35%
- Rússia: 21%
Desafios econômicos
O cenário atual destaca os desafios enfrentados pelo Brasil no combate à inflação e na manutenção de uma política monetária eficiente. Enquanto a elevação da Selic busca mitigar as pressões inflacionárias, o impacto da taxa básica sobre o custo de crédito e o crescimento econômico continua sendo uma preocupação central.