Com alta da Selic, ricos migram para renda fixa e preferem ações conservadoras
A recente preocupação do Banco Central com a inflação levou a um novo ciclo de aumento da taxa Selic, elevando a atratividade dos investimentos em renda fixa

A recente preocupação do Banco Central com a inflação levou a um novo ciclo de aumento da taxa Selic, elevando a atratividade dos investimentos em renda fixa. Com a rentabilidade desses ativos atrelada aos juros, até as carteiras dos mais ricos ficaram mais conservadoras. De acordo com levantamento da Smartbrain, a maior parte do portfólio dos investidores mais abastados está agora alocada em renda fixa, com suas ações favoritas concentradas em setores menos expostos a riscos e volatilidade.

A pesquisa da Smartbrain, que processa mais de 340 mil extratos de investimentos diariamente, analisou mais de R$ 250 bilhões em patrimônio, divididos em quatro segmentos: varejo (com até R$ 300 mil), alta renda (R$ 300 mil a R$ 3 milhões), private (R$ 3 milhões a R$ 50 milhões) e ultra high (acima de R$ 50 milhões).

Renda fixa domina portfólios

Com a Selic em alta, os investidores mais ricos aumentaram sua alocação em renda fixa, que passou de 41,78% para 43,19% entre agosto e setembro. Ativos de previdência, considerados igualmente conservadores, também subiram, de 7,08% para 7,33% no mesmo período.

Enquanto isso, a alocação em ativos mais arriscados, como ações, caiu de 10,64% para 10,28%. Os investimentos em multimercados também recuaram, de 34,55% para 32,91%. Já os fundos imobiliários mantiveram uma participação estável de 1,91%.

Curiosamente, a categoria "outros", que inclui criptomoedas, também aumentou, de 4,04% para 4,38%, impulsionada pela valorização do bitcoin, que subiu 8% em setembro.

Ações conservadoras lideram entre os mais ricos

Com uma maior aversão ao risco, os investidores ricos preferiram ações de setores considerados seguros, como exportadoras de commodities, bancos e empresas de serviços essenciais (utilities). Dos dez papéis mais populares em setembro, oito pertenciam a esses setores.

No segmento financeiro, Banco do Brasil, Bradesco e Itaúsa se destacaram. Essas ações são vistas como conservadoras devido à solidez dessas empresas, que apresentam resultados consistentes e estão em setores que tendem a ser resilientes, independentemente do cenário macroeconômico.

Entre as exportadoras de commodities, Prio, Vale e Suzano continuaram na lista. Essas empresas têm maior exposição ao mercado externo, o que as torna menos vulneráveis a crises internas, ajudando os investidores a mitigar riscos.

No setor de utilities, que oferece serviços essenciais e tem demanda constante, Eletrobras permaneceu na lista, acompanhada por Equatorial, uma novidade no mês de setembro.

Para adicionar um toque de ousadia à carteira, os investidores também mantiveram ações da Localiza, empresa de aluguel de veículos, e o BOVA11, um fundo de índice que replica a carteira do Ibovespa.

Com a alta da Selic e o ambiente de incertezas econômicas, os ricos estão cada vez mais inclinados a adotar uma postura conservadora em suas carteiras de investimento, priorizando ativos de menor risco e maior previsibilidade.

Veja os fundos favoritos dos mais ricos

redacao
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