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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), cresceu 0,2% em dezembro, interrompendo uma sequência de cinco meses de queda e alcançando 103,9 pontos. Apesar disso, o indicador ficou 1,3% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado. O otimismo também se refletiu no setor empresarial: o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) avançou 0,2% no mês e encerrou 2024 com alta de 3,1% em relação a dezembro de 2023, alcançando 112,4 pontos.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o resultado positivo da ICF em dezembro está ligado ao aumento natural do consumo nas festas de fim de ano. Ele também destacou avanços importantes para o comércio em 2024, como a reforma tributária e a defesa da competitividade das empresas nacionais.
Mesmo assim, o consumo das famílias segue impactado por inflação alta e crédito mais restrito. A cautela dos consumidores ficou evidente, já que a ICF permaneceu abaixo do nível de 2023. Entre os subindicadores, o destaque positivo foi a Perspectiva de Consumo, que subiu 0,7%, enquanto Emprego Atual e Nível de Consumo Atual tiveram queda ou estabilidade. Ainda assim, a percepção de Renda Atual apresentou um crescimento anual de 2%, o melhor resultado para dezembro na última década.
Quando analisada por faixas salariais, a intenção de consumo subiu entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos (aumento de 0,4%) e caiu entre as de renda inferior (recuo de 1,8%). Em termos de gênero, as mulheres se mostraram menos dispostas a consumir, registrando uma queda de 2% em dezembro, enquanto entre os homens a redução foi de 0,7%.
No varejo, a confiança permaneceu alta ao longo de 2024, sustentada por um aumento de 4,6% na avaliação das Condições Atuais do Empresário e de 3,4% nas Intenções de Investimento, especialmente na contratação de funcionários, que cresceu 6,4% no ano. Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, o emprego temporário foi mais forte em outubro e novembro, e a recuperação da intenção de consumo ajudou a manter o otimismo dos empresários, com expectativas positivas para 2025.