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Com o dólar superando a marca de R$ 6 e podendo alcançar rapidamente R$ 7 ou R$ 8 caso o cenário fiscal não mude, a inflação de 2025 deve ultrapassar 6%, segundo Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research. Miranda alerta que, sem cortes de gastos mais rigorosos pelo governo, a curva de juros já sinaliza uma taxa Selic terminal acima de 16%. "Não sei se chegará a tanto, mas o aperto monetário em curso vai impactar a atividade econômica, aumentando o desemprego e contratando um aumento no índice de miséria. É inexorável", afirmou.
Apesar do cenário desafiador, Miranda adota uma visão otimista para o final de 2025, acreditando em uma melhoria fiscal. "Será um ano de muita volatilidade, mas acredito que terminará melhor do que muitos esperam, com maior controle das contas públicas", disse. Para ele, 2025 será uma "ponte" para o ano eleitoral de 2026, momento que promete trazer maior clareza sobre uma possível mudança no ciclo político e econômico do Brasil.
Na política, Miranda projeta um pêndulo mais favorável à direita nas eleições presidenciais de 2026, considerando o que chama de "zeitgeist" global. "O retorno de Trump, a vitória de Milei na Argentina... esses movimentos podem apontar para um cenário similar no Brasil. Tivemos Trump, Macri e Bolsonaro; depois, Biden, Fernández e Lula. Agora, é possível imaginar Trump, Milei e… complete a frase com o próximo presidente do Brasil", sugeriu.
Miranda também acredita que, caso essa "marcha à direita" se confirme em 2026, o mercado já começará a precificar um rali eleitoral no final de 2025. "Esse momento de virada de ciclo é quando você realmente pode ganhar dinheiro. Mas, sem enfrentar riscos, é difícil alcançar retornos significativos", concluiu o estrategista.