Views
Segundo estimativas da XP Investimentos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa alcançar um superávit de R$ 16 bilhões nos meses de novembro e dezembro para atingir a meta fiscal de 2024. Embora a situação pareça desafiadora, o economista Tiago Sbardelotto, da XP, considera a meta viável, principalmente após ajustes tributários e medidas extraordinárias adotadas para impulsionar a arrecadação.
Até outubro, o déficit acumulado do governo era de R$ 66,7 bilhões, mas gastos relacionados à calamidade no Rio Grande do Sul foram excluídos do cálculo, reduzindo o déficit para R$ 44,7 bilhões. Dados preliminares do sistema Siga Brasil indicam que o governo central obteve um superávit de R$ 41,7 bilhões em outubro, aproximando o governo do objetivo para o ano.
Contexto econômico e perspectivas para 2025
O desempenho favorável da arrecadação deve-se a uma economia mais forte e uma inflação acima das expectativas iniciais. Contudo, o cenário de 2025 traz novos desafios. Cerca de R$ 90 bilhões em receitas não recorrentes arrecadadas em 2024, como valores esquecidos no Sistema de Valores a Receber do Banco Central, não devem se repetir no próximo ano. A XP aponta que o governo precisará de pelo menos R$ 46 bilhões extras em 2025 para cumprir sua meta fiscal, tornando o próximo ano ainda mais desafiador.
No acumulado até setembro, o déficit do governo central era de R$ 105,2 bilhões, com previsão de fechar outubro em torno de R$ 70 bilhões, segundo o Tesouro Nacional. Thales Guimarães, economista do Itaú, alerta que os riscos fiscais permanecem elevados, especialmente com o crescimento das despesas obrigatórias.
As análises indicam que o governo precisará manter esforços para reduzir despesas e elevar a arrecadação, enfrentando tanto desafios práticos quanto políticos para sustentar a meta de déficit zero nos próximos anos.