Views
O Mercado Livre anunciou nesta segunda-feira (7) um novo e ambicioso plano de expansão no Brasil. Em 2025, a maior plataforma de comércio eletrônico da América Latina vai investir R$ 34 bilhões no país, um aumento de 47,8% em relação ao ano anterior, quando os aportes somaram R$ 23 bilhões. O montante será destinado à expansão da rede logística, desenvolvimento tecnológico, programas de fidelidade, marketing e novas frentes de atuação, incluindo entretenimento.
O Brasil continua sendo o principal mercado da companhia, que soma 100 milhões de compradores ativos em 18 países da América Latina. Em seguida vêm México e Argentina — este último, país de origem da empresa fundada em 1999, com capital aberto desde 2007.
De acordo com o vice-presidente sênior de comércio e líder do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, os investimentos contemplam tanto ativos fixos quanto despesas operacionais, com foco em acelerar o crescimento de verticais estratégicas. A expectativa é que o novo ciclo de aportes resulte na criação de 14 mil empregos diretos, elevando o total de funcionários no país para cerca de 50 mil até o final do ano.
O anúncio foi feito durante um evento no centro de distribuição da empresa em Cajamar, na Grande São Paulo, e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Luiz Marinho (Trabalho) e Márcio França (Empreendedorismo).
“O mercado brasileiro é um dos mais competitivos do mundo no comércio eletrônico. Por isso, esse aporte é para seguir avançando na logística e tecnologia, e para inovar cada vez mais rápido”, afirmou Yunes durante a apresentação.
Logística como prioridade
Um dos pilares do investimento é a ampliação dos centros de distribuição em todo o país, com o objetivo de reforçar a capilaridade da rede de entregas rápidas. Em 2023, o Mercado Livre já havia estabelecido a meta de dobrar o número de unidades logísticas até o fim de 2025, chegando a 21 centros. Entre os estados contemplados estão São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina.
Resultados e concorrência
Em 2024, a operação brasileira foi responsável por 54,9% da receita total do grupo. Do total de R$ 61,4 bilhões, o e-commerce respondeu por R$ 37,7 bilhões, enquanto o Mercado Pago, braço financeiro da companhia, representou R$ 23,7 bilhões — valores calculados com base na taxa de câmbio média do ano passado.
A empresa também reportou resultados sólidos no quarto trimestre de 2024, com lucro líquido de US$ 639 milhões e receita de US$ 6,1 bilhões, o que representa um crescimento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Estratégia para enfrentar a concorrência
Com o mercado cada vez mais disputado por gigantes como a Amazon e plataformas asiáticas como a Shopee, o Mercado Livre tem investido em diversificação de verticais e em parcerias estratégicas. O setor de supermercados e moda tem recebido atenção especial, com acordos firmados com marcas como Natura, Ralph Lauren e Lacoste.
Somente entre 2023 e o início de 2024, a empresa registrou um aumento de 15% no número de itens ofertados na vertical de mercado, ampliando a variedade e o alcance dos produtos disponíveis na plataforma.
Paralelamente, o Mercado Pago segue como uma das principais apostas da companhia no Brasil, com serviços financeiros que vão desde pagamentos até crédito e carteira digital, mirando a expansão da inclusão bancária no país.
Este é o oitavo anúncio de ampliação de investimentos do Mercado Livre no Brasil.