Taxas de títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação voltam a subir
O comportamento das taxas dos títulos do Tesouro reflete a percepção do mercado em relação à trajetória da inflação e à política monetária do país

As taxas dos títulos do Tesouro Direto vinculados à inflação retomaram a tendência de alta nesta segunda-feira (5). O movimento de alta começou na última semana, após o mercado absorver a decisão da Moody’s de elevar o rating do Brasil a um nível próximo ao grau de investimento. Desta vez, os títulos reagiram à estabilidade das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

De acordo com o novo Boletim Focus do Banco Central, a estimativa para o IPCA em 2024 registrou um leve aumento, passando de 4,37% para 4,38%. Essa revisão reflete os sinais de pressão nos preços da energia elétrica e dos alimentos, que reforçam o risco de a inflação superar a meta estabelecida pelo Banco Central para este ano. No entanto, as projeções para os anos seguintes permaneceram inalteradas: 3,97% para 2025, 3,60% para 2026 e 3,50% para 2027.

Os títulos do Tesouro que tiveram aumento nas taxas nesta segunda-feira são aqueles de médio a longo prazo. O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035, por exemplo, retomou o patamar de 6,44% ao ano, ligeiramente acima dos 6,43% registrados na última sexta-feira. Já os títulos com vencimento em 2040, que oferecem juros semestrais, passaram a remunerar com 6,38% ao ano além da inflação, representando um acréscimo de 0,2 ponto percentual em relação ao final da semana passada.

Os papéis com vencimento em 2045 também registraram alta, pagando agora 6,37% de juros reais, 0,1 ponto a mais do que na sexta-feira. Já o Tesouro IPCA+ 2055, com juros semestrais, tem uma taxa prefixada de 6,43%, contra 6,41% no encerramento da semana anterior.

Por outro lado, o único título que apresentou uma leve redução na taxa foi o de prazo mais curto, com vencimento em 2029. Nesta segunda-feira, ele paga 6,60% ao ano, ligeiramente abaixo dos 6,61% registrados na sessão anterior.

Os títulos do Tesouro Direto atrelados ao IPCA garantem ao investidor a média da inflação durante o período de aplicação, somada a uma taxa prefixada no momento da compra. Por exemplo, o título com vencimento em 2035 tem pagado acima de 6% de juros prefixados na maior parte do ano, com a última vez em que ultrapassou esse nível ocorrendo em 27 de agosto.

O comportamento das taxas dos títulos do Tesouro reflete a percepção do mercado em relação à trajetória da inflação e à política monetária do país, indicando oportunidades para investidores que buscam proteção contra a alta dos preços em prazos mais longos.

redacao
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