BTG Pactual reforça recomendação de compra para ações da XP
A eficiência do uso de capital pela XP também foi destacada no relatório, com expectativas de que a empresa aumente o pagamento de dividendos

O BTG Pactual divulgou, nesta quarta-feira (24), um relatório reafirmando sua recomendação de compra para as ações da XP (XP; XPBR31), apontando um potencial de valorização de 28%, com preço-alvo de R$ 127 para os BDRs. Os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Bruno Lima e Thiago Paura destacaram que, apesar dos desafios econômicos, a XP vem apresentando sinais de amadurecimento e melhorias operacionais que podem gerar resultados positivos a médio e longo prazo.

Destaque para o segmento de renda fixa e atuação no mercado de capitais

O relatório ressalta que a XP está bem posicionada para aproveitar oportunidades de crescimento, especialmente no segmento de renda fixa. Os analistas do BTG afirmam que a XP tornou-se “a bolsa de renda fixa no Brasil”, uma vantagem competitiva significativa. Com um mercado de DCM (Debt Capital Markets) bastante ativo no primeiro semestre de 2024, a expectativa é que a XP colha frutos dessa movimentação no segundo semestre.

A integração da corretora à estrutura do banco também começa a gerar resultados, segundo o relatório. O BTG explica que a XP acumulou um grande volume de debêntures em seu balanço no primeiro semestre, o que, aliado ao fechamento dos spreads corporativos impulsionado pela forte demanda por fundos de renda fixa, pode resultar em ganhos significativos nos próximos meses.

Captação líquida e melhorias no segmento B2B

A XP também tem demonstrado resiliência em termos de captação líquida (NNM). A expectativa é que, no terceiro trimestre de 2024, os recursos captados alcancem cerca de R$ 30 bilhões, superando os resultados dos trimestres anteriores. Os analistas ressaltam que o segmento B2B da empresa também apresenta melhorias, indicando que renegociações de contratos com agentes autônomos de investimentos (AAIs) provavelmente dificultam o foco desses profissionais em concorrentes, fortalecendo a posição da XP no mercado.

Processo de amadurecimento e transformação

O relatório do BTG destaca que a XP vem passando por um processo de amadurecimento, ajustando suas estratégias e aprendendo com erros do passado. A empresa, que originalmente era uma corretora de ações, se transformou em uma instituição financeira completa, exigindo novas competências, especialmente em áreas como gestão de ativos e passivos e alocação de capital.

Segundo os analistas, a XP tem conseguido superar esses desafios e melhorar seus controles internos, o que aumenta a visibilidade sobre seus resultados. Eles apontam que a divulgação de um índice de Basileia gerencial pela XP é um passo positivo, embora vejam espaço para fornecer mais detalhes que possam contribuir para melhorar a percepção de risco da empresa. Essa evolução positiva em sua governança aproxima a XP das práticas operacionais de um banco tradicional, mesmo operando com uma estrutura de ativos mais leve.

Foco em eficiência e potencial de dividendos

A eficiência do uso de capital pela XP também foi destacada no relatório, com expectativas de que a empresa aumente o pagamento de dividendos e melhore seu retorno sobre o patrimônio (ROE). A estratégia de se afastar de clientes de atacado com menor retorno e de reduzir a exposição a cartões de crédito da Rico, que apresentam custos de risco mais elevados, deve liberar capital e permitir que a XP aumente seu índice de payout, potencialmente atingindo 50% nos próximos anos.

Além disso, o BTG observa que a XP está buscando focar em segmentos de menor risco e maior rentabilidade, o que pode contribuir para um crescimento sustentável dos resultados financeiros. Ao se afastar de transações que oferecem retorno abaixo do custo de capital, a empresa pode liberar recursos e aumentar seus dividendos e ROEs, sugerindo um potencial significativo de melhoria no desempenho financeiro nos próximos trimestres.

Preferência da XP em relação à B3

O BTG reforça sua recomendação de compra para as ações da XP, citando a expectativa de que a empresa mantenha seu crescimento mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador. “Nos preços atuais, a XP negocia a 10 vezes o preço/lucro (P/L) para 2025, o que pode representar riscos de surpresas positivas, mesmo em meio a um cenário econômico adverso”, apontam os analistas.

Apesar da queda de 33% nas ações da XP no acumulado do ano, os analistas do BTG acreditam que a empresa tem potencial para se recuperar, principalmente se conseguir melhorar seus resultados operacionais e se o ambiente macroeconômico for favorável. Eles reiteram a preferência pela XP em relação à B3 (B3SA3) como uma tese de maior beta, oferecendo exposição à potencial melhora dos fundamentos do mercado de capitais brasileiro.

Em suma, o relatório do BTG Pactual reforça uma visão otimista em relação à XP, destacando seu amadurecimento, eficiência na alocação de capital e posição privilegiada no mercado de renda fixa. Essas características sustentam a recomendação de compra das ações da empresa, que pode surpreender positivamente os investidores a médio e longo prazo.

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