BB Seguridade registra lucro de R$ 1,99 bi, mas decepciona mercado
O resultado da holding foi puxado pela BB Corretora, aumento dos prêmios recebidos e queda da sinistralidade na Brasilseg

A BB Seguridade (BBSE3) registrou lucro líquido de R$ 1,99 bilhão no primeiro trimestre de 2025, resultado 8,3% superior ao obtido no mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, o desempenho veio ligeiramente abaixo das projeções do mercado, que esperava R$ 2,1 bilhões, segundo estimativa da Bloomberg.

O avanço no trimestre foi impulsionado principalmente pela melhora nas receitas da BB Corretora, aumento dos prêmios emitidos e uma queda na sinistralidade da Brasilseg. De forma geral, o desempenho operacional da holding — já considerando o impacto de impostos — cresceu 4% na comparação anual.

No campo financeiro, o resultado combinado das empresas do grupo teve alta expressiva de 37,9%, alcançando R$ 320 milhões. Essa performance foi favorecida pela menor perda na marcação de posições a mercado e pela elevação da taxa Selic média, que beneficiou aplicações pós-fixadas.

Apesar do crescimento no lucro consolidado, as participações da holding apresentaram desempenho misto. A Brasilseg, maior fonte de lucro da BB Seguridade, teve queda de 12,9% no resultado atribuível à holding, somando R$ 824,6 milhões. Já a Brasilcap sofreu impacto negativo com operações de proteção de preço e aumento nos custos dos passivos, o que reduziu significativamente sua contribuição.

A retração no volume de prêmios emitidos — queda de 5,9% no total — foi puxada por recuos nas linhas de seguro agrícola e prestamista. No entanto, outras categorias compensaram parte dessa perda. Destaque para o seguro de vida para produtores rurais, que cresceu 39,4%; seguido pelo seguro residencial (+13,6%), seguro habitacional (+10,6%) e seguro de vida tradicional (+4,3%).

A BB Corretora também apresentou desempenho positivo, com aumento de 7,1% no lucro líquido e melhora de 0,3 ponto percentual na margem operacional. O resultado financeiro da corretora subiu 38,3%, impulsionado por maiores aplicações, melhor marcação a mercado e crescimento nas receitas com investimentos pós-fixados — em linha com a alta do CDI e da Selic.

Em março, a alocação das empresas do grupo mostrava um cenário favorável: 41,3% dos investimentos estavam em títulos pós-fixados, contra 38,2% no mesmo período do ano anterior. A maior fatia, no entanto, permanecia em papéis atrelados à inflação, com 43,1% do total.

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