Itaú prevê última alta da Selic em maio
A equipe econômica do Itaú ressalta que o ambiente de alta volatilidade e expectativas desancoradas justifica uma abordagem mais prudente por parte do Copom

Segundo o economista-chefe Mario Mesquita, o impacto da guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ter efeito líquido desinflacionário sobre a economia brasileira, a depender do comportamento da taxa de câmbio e dos preços das commodities.

“A queda nos preços de commodities em reais pode contribuir para desacelerar a inflação. Se essas evidências se confirmarem, o Banco Central poderia considerar uma pausa antecipada no ciclo de alta da Selic”, afirma Mesquita. Ainda assim, o banco pondera que o cenário permanece incerto, e que os efeitos das tarifas também podem ser inflacionários, especialmente se houver repasses no setor agrícola ou aumento de pressões externas.

Cautela do Banco Central

A equipe econômica do Itaú ressalta que o ambiente de alta volatilidade e expectativas desancoradas justifica uma abordagem mais prudente por parte do Copom. “O Banco Central deve evitar decisões precipitadas que possam elevar ainda mais os riscos inflacionários”, alertam os analistas.

Projeção da Selic para 2025 e 2026

Apesar de considerar o risco de interrupção antecipada no ciclo de alta, esse não é o cenário base do banco. O Itaú projeta que o Copom elevará a taxa Selic em 0,50 p.p. tanto em maio quanto em junho, encerrando o ano de 2025 com juros a 15,25% ao ano.

“O cenário atual, com expectativas de inflação ainda desancoradas, hiato do produto positivo e projeções do próprio Banco Central, reforça a necessidade de manutenção da política monetária em território contracionista”, explica a instituição.

Para 2026, a projeção do banco é de início do ciclo de corte de juros no primeiro semestre, com a Selic recuando para 13,25% ao fim do ano, em linha com uma esperada moderação inflacionária e possível reequilíbrio do cenário externo.

redacao
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