Analistas apontam o que fazer com as ações da Vale diante da queda na produção
A produção de minério de ferro caiu 4,5% no período, totalizando 67,7 milhões de toneladas

O relatório de produção e vendas da Vale (VALE3) referente ao primeiro trimestre de 2025 apresentou resultados amplamente alinhados às expectativas do mercado, com queda sazonal na produção de minério de ferro e aumento nas vendas, sustentado pela estratégia da companhia de utilização de estoques. Apesar dos desafios climáticos e operacionais, a mineradora manteve seu guidance para o ano e recebeu avaliações mistas dos analistas.

A produção de minério de ferro caiu 4,5% no período, totalizando 67,7 milhões de toneladas, impacto atribuído a chuvas acima da média e entraves relacionados a licenciamento e manutenção, especialmente nos sistemas Norte e Sul. Por outro lado, as vendas subiram 4%, alcançando 66,1 milhões de toneladas, graças à flexibilidade logística e uso estratégico de estoques.

Avaliações do mercado

As reações dos analistas foram divididas. O BTG Pactual destacou a priorização da Vale na gestão do mix de produtos e realização de preços, mas manteve recomendação neutra, apontando falta de visibilidade operacional e um preço-alvo de R$ 65.

Na mesma linha, a XP Investimentos ressaltou o desempenho nos embarques de finos, embora com prêmios mais fracos e redução nas vendas de pelotas. A corretora manteve posição neutra, com upside limitado, mas vê assimetria positiva nos preços atuais das ações.

Já o Santander reiterou recomendação outperform, apontando que a queda na produção decorre de fatores pontuais e elogiando a estratégia de escoamento de estoques. O banco estima um Ebitda trimestral de US$ 3 bilhões e projeta preço-alvo de R$ 75 (ou US$ 15/ADR).

Na avaliação do Goldman Sachs, os números operacionais foram fortes, com destaque para a produção no S11D. A instituição manteve recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 16,10, e ajustou marginalmente sua projeção de Ebitda para US$ 3 bilhões, citando vendas abaixo do esperado de pelotas e níquel.

Resultados por segmento

  • Minério de ferro: produção de 67,7 Mt (-4,5%), vendas de 66,1 Mt (+4%)

  • Pelotas: produção de 7,2 Mt (-15%), vendas de 7,5 Mt (-18,8%)

  • Cobre: produção de 90,9 mil t (+11%), vendas de 81,9 mil t (+6,6%)

  • Níquel: produção de 43,9 mil t (+11%), vendas de 38,9 mil t (+17,5%)

Preços realizados

  • Cobre: +15,7% (US$ 8.891/t)

  • Minério de ferro: -9,8% (US$ 90,8/t)

  • Pelotas: -18,1% (US$ 140,8/t)

  • Níquel: -4,4% (US$ 16.106/t)

Guidance mantido para 2025

  • Minério de ferro: 325–335 milhões de toneladas

  • Aglomerados (pelotas + briquetes): 38–42 Mt

  • Cobre: 340–370 mil toneladas

  • Níquel: 160–175 mil toneladas

 

Apesar dos desafios operacionais, a Vale entregou um trimestre sólido, com uso eficiente de estoques e manutenção de metas de produção, mas segue sob o radar dos analistas em meio à volatilidade dos preços e do cenário macroeconômico.

redacao
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