A falta de medidas fiscais eficazes e um cenário externo mais desafiador, após a eleição de Donald Trump nos EUA, deve levar o Banco Central a acelerar o ciclo de alta dos juros, com uma elevação de 0,75 ponto percentual na Selic em dezembro, afirma Luis Cezario, economista-chefe da Asset1.
Ele prevê duas altas de 0,75 ponto em dezembro e janeiro de 2025, seguidas de aumentos de 0,5 ponto em março e maio, e uma última alta de 0,25 ponto em junho, elevando a taxa para 14% no final do ciclo. Cezario acredita que, caso o pacote fiscal não seja robusto o suficiente para melhorar as expectativas e reduzir o risco, o Comitê de Política Monetária (Copom) precisará acelerar o aumento dos juros. Ele também observa que a ata da última reunião do Copom não indicou claramente o rumo das próximas decisões sobre juros, deixando aberta a possibilidade de um aperto maior.
Além disso, a combinação de um ajuste fiscal insuficiente e o impacto de possíveis medidas inflacionárias nos EUA sob o governo Trump agrava o cenário. Cezario ainda projeta que o Banco Central não reduzirá a Selic em 2025, mantendo-a em 14% devido à inflação alta esperada e ao hiato do produto superior à previsão do BC. Mesmo com essa projeção de juros altos, ele acredita que há risco de novas elevações.