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A Azul (AZUL4) anunciou um aumento de capital que pode injetar até R$ 3,3 bilhões na companhia, conforme decisão aprovada pelo conselho de administração na quinta-feira (20). Segundo comunicado enviado ao mercado, a aérea emitirá novas ações no valor mínimo de R$ 72 milhões e máximo de R$ 3,3 bilhões. Serão subscritas entre 1,2 bilhão e 2 bilhões de novas ações ordinárias, enquanto as preferenciais terão um limite de até 722,2 milhões de papéis. O preço de emissão das ações ordinárias foi fixado em R$ 0,06, enquanto as preferenciais serão vendidas por R$ 4,50, um valor 21,3% superior ao do fechamento de quinta-feira. A Azul justificou a diferença de preço entre os papéis com a razão de 1:75, estipulada no Estatuto Social da empresa, garantindo que todos os acionistas subscrevam as ações pelo mesmo valor economicamente equivalente.
O aumento de capital faz parte da reestruturação financeira da Azul, cujo objetivo é não apenas captar novos recursos, mas também melhorar sua estrutura de capital e ampliar a liquidez. A empresa busca manter o limite de 50% de ações preferenciais com voto restrito, já que parte dos créditos dos credores será convertida nesses papéis durante o processo de reestruturação. Os acionistas controladores demonstraram apoio ao movimento e participarão da subscrição das novas ações. A definição do preço das ações preferenciais levou em consideração a expectativa de rentabilidade futura da companhia, os impactos da reestruturação e o potencial de desempenho financeiro. Além disso, foi aplicada uma média ponderada por volume (VWAP) da cotação das ações nos últimos 30 pregões da B3, entre 9 de janeiro e 19 de fevereiro de 2025, com um ágio de aproximadamente 7%.
O ano de 2025 começou movimentado para a Azul, com diversos fatores impactando o desempenho de suas ações. Em janeiro, os papéis AZUL4 registraram uma valorização de quase 30%, refletindo a confiança do mercado na companhia. Além disso, a empresa e a Gol (GOLL4) chamaram atenção ao assinarem um Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MoU), sugerindo uma possível fusão. No entanto, para que a combinação dos negócios se concretize, ainda há etapas importantes a serem concluídas, como o processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos (Chapter 11), que deve ser finalizado em abril deste ano. No final de janeiro, a Azul anunciou a conclusão da reestruturação de sua dívida, abrangendo acordos com credores, arrendadores e fabricantes, resultando na redução de US$ 1,6 bilhão em passivos.