Bradesco vê potencial nas ações da Azul de quase 200% após acordo
O Goldman Sachs apontou que o acordo ajudará a remover um excesso de ações no mercado, enquanto o JPMorgan considera que ele traz um alívio para a situação financeira da empresa

A Azul (AZUL4) surpreendeu o mercado ao anunciar um acordo estratégico com arrendadores e fabricantes de aeronaves, possibilitando a conversão de suas dívidas em participação acionária na companhia. O mercado reagiu de imediato, com as ações da empresa disparando 16% por volta das 11h56 desta segunda-feira.

O acordo foi amplamente elogiado, principalmente por causar uma diluição menor do que o esperado. Na prática, isso significa que a Azul vai emitir menos ações no mercado, o que evita uma pressão excessiva sobre o preço dos papéis, cenário temido por analistas no caso de outras empresas do setor, como a Gol (GOLL4), que também pode converter parte de suas dívidas em ações.

O acerto com arrendadores e fabricantes reduziu o preço de conversão das dívidas para R$ 30,00 por ação (antes era R$ 36,00), resultando em uma diluição que passou de 20,5% para 22,3%. Apesar disso, a XP destaca que, se a conversão fosse feita ao preço atual das ações, a diluição poderia chegar a 55%.

Além disso, a dívida será convertida de uma só vez, evitando que a pressão de venda ocorra em diferentes momentos, o que poderia afetar ainda mais o valor dos papéis da companhia. O acordo também inclui elementos adicionais que podem aumentar a liquidez de curto prazo da Azul.

Análise do mercado e expectativas futuras

O Goldman Sachs apontou que o acordo ajudará a remover um excesso de ações no mercado, enquanto o JPMorgan considera que ele traz um alívio para a situação financeira da empresa e reduz os riscos de uma possível recuperação judicial. Da mesma forma, a Genial Investimentos destacou que essa operação é uma peça chave no esforço da Azul para melhorar sua geração de caixa e fortalecer sua estrutura de capital, proporcionando um alívio financeiro significativo.

No entanto, a Genial também alertou que a emissão de até 100 milhões de novas ações pode impactar os acionistas atuais, apesar de ser uma medida positiva para a sustentabilidade da empresa a longo prazo.

O próximo passo para a Azul, segundo analistas, seria uma possível captação de capital e o alongamento dos vencimentos de seus títulos. A Exame indica que esse aumento de capital pode ocorrer ainda em outubro, fortalecendo ainda mais a posição da empresa no mercado.

Projeções para o preço das ações

De acordo com cálculos do Bradesco BBI, a conversão de R$ 3 bilhões em passivos de arrendamento ao preço de R$ 30,00 por ação poderia elevar o valor das ações da Azul para R$ 11,16, representando um potencial de alta de 66% em relação ao preço atual de R$ 5,75 por ação. O banco manteve sua recomendação de compra para AZUL4, com preço-alvo de R$ 20 até o final de 2025, o que indicaria um potencial de valorização de 200% em relação ao último fechamento.

Com o acordo consolidado e as expectativas otimistas para o futuro, a Azul pode estar no caminho de uma recuperação significativa, reforçando sua posição no setor aéreo brasileiro.

redacao
Conta Oficial Verificada