Buffett alerta para riscos do protecionismo e diz que tarifas comerciais são “ato de guerra”
Conhecido por seu otimismo histórico com relação à economia americana, Buffett alertou que os Estados Unidos sempre se beneficiaram do livre comércio

O bilionário Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway, fez um duro alerta neste fim de semana contra o uso do comércio como ferramenta política, classificando as tarifas comerciais como um “ato de guerra”. A declaração foi feita durante a reunião anual de acionistas da empresa, realizada em meio à crescente escalada de tensões tarifárias nos Estados Unidos, impulsionadas por políticas da administração Trump.

“Tarifas comerciais são um ato de guerra... o comércio não deve ser uma arma”, afirmou Buffett, adotando um tom crítico incomum diante do cenário de endurecimento das relações comerciais entre os EUA e seus principais parceiros. Para ele, transformar o comércio global em instrumento de confronto político pode gerar impactos econômicos severos e duradouros.

Conhecido por seu otimismo histórico com relação à economia americana, Buffett alertou que os Estados Unidos sempre se beneficiaram do livre comércio e que romper com esse modelo, por meio de medidas protecionistas, tende a ser contraproducente. “O comércio pode ser um ato de guerra, e [as tarifas] já levaram a coisas ruins”, reforçou.

As declarações de Buffett ocorrem no contexto da reestruturação comercial promovida por Donald Trump, que tem intensificado a imposição de tarifas sobre uma ampla gama de importações. As medidas, que geraram retaliações de outras economias, têm aumentado a volatilidade nos mercados financeiros e provocado temor sobre o impacto nas cadeias de suprimentos globais e na inflação.

Para Buffett, a busca por prosperidade global é essencial para a estabilidade dos Estados Unidos. “Quanto mais próspero o resto do mundo se torna, melhor e mais seguro fica para nós, na América”, defendeu, em referência à interdependência econômica internacional.

Ele também fez críticas diretas a políticas comerciais isolacionistas, afirmando que esse tipo de abordagem pode isolar os EUA de forma perigosa. “É um grande erro, na minha opinião, quando você tem 7,5 bilhões de pessoas que não gostam muito de você e tem 300 milhões dizendo o quão bem estamos indo. Não acho que seja correto ou sábio”, concluiu.

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