Carrefour Brasil aprova fechamento de capital e se tornará subsidiária integral do grupo francês
Apesar da retração nas vendas das lojas Carrefour, que caíram 6,3% no primeiro trimestre de 2025 (totalizando R$ 6,4 bilhões), o grupo segue como líder do varejo alimentar brasileiro

O Carrefour Brasil deu um passo decisivo para encerrar sua jornada como companhia listada na B3. Em assembleia geral extraordinária realizada nesta sexta-feira (25), os acionistas aprovaram a proposta do controlador, o grupo francês Carrefour, para transformar a operação brasileira em subsidiária integral. Com isso, as ações da companhia (CRFB3) deixarão de ser negociadas na bolsa.

A aprovação ocorre após o grupo francês melhorar, no início de abril, as condições da oferta para aquisição das ações em circulação. A proposta revisada elevou o valor por papel de R$ 7,70 para R$ 8,50, além de oferecer alternativas envolvendo ações do Carrefour global. Uma das opções permitia a troca de uma ação da controladora por cada 9,96 ações da unidade brasileira — anteriormente, a proporção era de uma para 11. Outra combinava dinheiro e papéis da matriz europeia.

Segundo comunicado ao mercado, os acionistas têm até o dia 12 de maio para escolher entre as três opções de recebimento. A escolha será única, definitiva e não poderá ser alterada. Atualmente, cerca de 32,55% do capital da companhia está em circulação. Após o anúncio da decisão, os papéis CRFB3 subiram 0,46% nesta sexta-feira, cotados a R$ 8,70.

Em entrevista recente à Folha de S.Paulo, o presidente do Carrefour Brasil, Stephane Maquaire, defendeu o fechamento de capital como uma forma de agilizar decisões operacionais e estratégicas. “Manter duas empresas listadas em países diferentes torna tudo mais complexo. Alinhar comunicações e estratégias entre as duas realidades é sempre um desafio”, afirmou. O executivo também citou o elevado endividamento após a compra do grupo Big e disse que a medida permitirá ao grupo operar com menor alavancagem, aproximando-se dos níveis da concorrência.

Apesar da retração nas vendas das lojas Carrefour, que caíram 6,3% no primeiro trimestre de 2025 (totalizando R$ 6,4 bilhões), o grupo segue como líder do varejo alimentar brasileiro pelo nono ano consecutivo, com faturamento de R$ 120,5 bilhões em 2024, segundo a Abras. O Atacadão, principal bandeira do grupo, foi responsável por R$ 20,7 bilhões em vendas no trimestre, alta de 7,3% e equivalente a 72% do faturamento da operação no Brasil.

Já o Sam’s Club teve crescimento de 1,9%, com R$ 1,7 bilhão em vendas, enquanto a operação de e-commerce disparou 28,9%, totalizando R$ 3,1 bilhões. O Carrefour conta com mil lojas no país, incluindo drogarias e postos de combustível. No trimestre, o grupo fechou nove unidades e abriu duas.

O braço financeiro, Banco Carrefour, também registrou expansão expressiva, com receita de R$ 17,8 bilhões entre janeiro e março, alta de 12,1% na comparação anual.

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