Como a alta da Selic impacta os investimentos? Devo me preocupar?
Com a subida da Selic, é natural revisar seus investimentos, mas não há motivo para pânico

Por Letícia Bogéa - Editora de Economia do Boletim Nacional

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nessa quarta-feira (18) aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, conforme já era esperado. A decisão do colegiado de diretores do BC foi unânime – todos os nove membros do Copom votaram pela alta. Agora, os investidores estão avaliando a necessidade de ajustes em suas carteiras, já que este novo ciclo de aperto monetário é visto como fora do comum.

Com a subida da Selic, é natural revisar seus investimentos, mas não há motivo para pânico. A alta dos juros favorece aplicações em renda fixa, que se tornam mais atrativas, enquanto investimentos em ações e FIIs podem sofrer alguma pressão. O importante é equilibrar a carteira, diversificando entre ativos de menor risco, como títulos de renda fixa, e mantendo uma visão de longo prazo para investimentos em ações e fundos imobiliários.

Renda Fixa

Com a alta da Selic, a renda fixa se beneficia diretamente, oferecendo retornos mais altos em produtos como Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs. Isso acontece porque esses investimentos estão atrelados à taxa de juros, tornando-os mais atrativos para quem busca segurança e rentabilidade estável.

Fundos Imobiliários (FIIs) e ações

Com a Selic em 10,75%, os FIIs e ações tendem a enfrentar pressão. Fundos de recebíveis, atrelados a juros, podem se beneficiar, enquanto FIIs de tijolo podem sofrer com a concorrência da renda fixa, que se torna mais atrativa. No mercado de ações, setores mais sensíveis ao custo do crédito, como o de consumo e construção, podem ser impactados negativamente, enquanto empresas mais resilientes ou ligadas a commodities podem apresentar melhor desempenho.

Brasil na contramão das tendências globais

Enquanto o Federal Reserve (Fed) iniciou a redução de juros com um corte de 0,50 ponto percentual, o Brasil segue na direção oposta com seu ciclo de aumento da taxa de juros. Apesar de a queda nos juros dos EUA poder aliviar a pressão inflacionária no Brasil por meio do câmbio, os fatores internos, como o hiato positivo da economia, continuarão a ser a principal preocupação do Copom.

Cautela é essencial no início do ciclo de alta dos juros

É preciso que os investidores tenham cautela, uma vez que o ciclo de alta dos juros está apenas começando, e fatores macroeconômicos podem aumentar a volatilidade. Por isso reforço a importância de estarem atentos aos ciclos de mercado e não agirem por impulso, preocupados com o “nervosismo” do mercado.

Com a decisão do Comitê, o custo do crédito aumenta, o que desestimula o consumo. Isso tende a desacelerar a economia, pois empresas e consumidores reduzem suas despesas.

Respeitar seu perfil de investidor é fundamental na hora de montar sua carteira. É importante que sua estratégia esteja alinhada com seus objetivos financeiros pessoais.

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