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A última semana de fevereiro promete movimentar o mercado financeiro, impulsionada pela divulgação dos balanços de grandes empresas com ações negociadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira. O principal destaque será a Petrobras (PETR4), que deve apresentar um resultado modesto no fechamento de 2024, refletindo uma queda de 10% na produção. No entanto, o foco dos analistas estará na distribuição de dividendos da estatal, que tradicionalmente realiza pagamentos trimestrais.
Segundo cálculos do Goldman Sachs, a Petrobras poderá distribuir aproximadamente US$ 2,4 bilhões em dividendos, o equivalente a R$ 16,652 bilhões com base no fechamento da última terça-feira. O banco também projeta que a estatal anunciará um Ebitda ajustado de US$ 10,4 bilhões, ou R$ 59,162 bilhões, valor um pouco abaixo do consenso do mercado. Os resultados serão divulgados na quarta-feira (26), e a teleconferência da companhia deve abordar temas como alocação de capital, potenciais fusões e aquisições no setor de etanol – tema recorrente no plano estratégico divulgado em novembro – e a perspectiva para pagamentos de dividendos extraordinários.
Apesar de os analistas considerarem a possibilidade de distribuição de dividendos extras devido à confortável posição de caixa da empresa, a expectativa é que esses pagamentos sejam menores em relação aos anos anteriores. Isso ocorre porque os dividendos ordinários já devem cobrir uma parte significativa do fluxo de caixa livre (FCF) estimado para 2025. Os analistas do Goldman Sachs projetam um FCF de 13% para este ano, enquanto os dividendos ordinários devem representar 11% de rendimento. Além disso, a estimativa é que a Petrobras tenha encerrado 2024 com uma posição de caixa entre US$ 12 bilhões e US$ 13 bilhões, bem acima do piso mínimo de US$ 6 bilhões estabelecido no plano de negócios mais recente.
Outro balanço relevante da semana será o da Azul (AZUL4), que divulgará seus resultados de 2024 na segunda-feira (24). A companhia aérea está no radar do mercado devido a fatores como a reestruturação de suas dívidas, a possibilidade de fusão com a Gol (GOLL4), um eventual aumento de capital e os riscos de diluição para os acionistas. Apesar dos desafios previstos para 2025, a Genial Investimentos projeta um desempenho positivo da Azul no quarto trimestre de 2024.
A corretora espera um trimestre forte para a aérea, impulsionado pela alta demanda por passagens e uma taxa de ocupação média elevada, de 84,2%. Mesmo diante da valorização do dólar, que exerce pressão sobre os custos da companhia, a Azul deve se beneficiar do crescimento da receita no período.