Especialista explica que a prática pode ajudar na prevenção e tratamento de problemas como ansiedade

A procura por acupuntura tem crescido cada vez mais no Brasil. A terapia milenar de origem chinesa é uma das práticas integrativas no Sistema Único de Saúde (SUS) que tiveram aumento de 16% na oferta de serviços entre 2017 e 2019, segundo dados do Ministério da Saúde. 

Essa prática, que consiste na aplicação de agulhas finas em pontos específicos do corpo, é famosa por ajudar a tratar condições como dores crônicas, gastrite, asma, e alterações hormonais. Mas além dos benefícios físicos, ela também pode ser uma importante aliada na preservação da saúde mental.

Segundo o Dr. Vítor Barbosa, acupunturista, a prática gera equilíbrio para o Shen, que é o equivalente à mente ou consciência na cultura ocidental. "Uma vez pacificado, o Shen mantém o estado de bem-estar, a capacidade de concentração e a boa memória, além da alegria e boa disposição, melhorando os aspectos cognitivos e sociais. Dessa forma, evita que as emoções se tornem excessivas e se transformem em transtornos", explica.

Segundo Vítor, com o desenvolvimento dos estudos científicos sobre os mecanismos da acupuntura que promovem o controle de transtornos da psique, observou-se que a técnica, quando bem empregada, é capaz de modular a liberação de cortisol. Trata-se de um hormônio que é importante para manutenção de diversas funções orgânicas, mas, quando em excesso, resulta em problemas como estresse elevado, ansiedade e depressão.

"Além do controle do cortisol, a acupuntura regula a liberação de dopamina, endorfina e serotonina, que são hormônios relacionados à sensação de bem-estar. Dessa forma, a prática traz melhorias na disposição, na resposta imunológica, além das funções física e mental", destaca o professor, que acrescenta ainda o potencial da acupuntura para atuar na regulação do sono e do apetite, além de ter efeito relaxante para musculatura, vasodilatador e analgésico.

Quem pode fazer?

Todas as pessoas podem receber tratamento com acupuntura, independentemente da idade ou estado de saúde. Como existem várias técnicas de estímulo dos pontos e canais, não só o agulhamento, há sempre uma forma de adaptar o tratamento às necessidades e particularidades de cada indivíduo, como estímulos por calor, laser ou pressão.

"A Medicina Chinesa preconiza que a prática deve ser feita regularmente, com o objetivo de manter o corpo e mente sempre saudáveis, evitando assim o adoecimento e o sofrimento. Pois apesar dos resultados fantásticos como tratamento de diversas doenças, ela ainda tem grande valor como prática preventiva.", explica Vítor.

O especialista esclarece ainda que não é necessário encaminhamento prévio de outro profissional de saúde. 

Segundo ele, por seguir a racionalidade médica própria da Medicina Chinesa, com anamnese, diagnóstico e terapêutica próprias, o acupunturista é capaz de propor o tratamento necessário dentro de sua área de atuação. 

Além da prática ser de livre exercício no Brasil, de acordo com o Art. 5º, inciso XIII, da Constituição Federal.

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