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Os navios de cruzeiro voltarão a circular no Brasil a partir de 5 de novembro. O retorno foi confirmado com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do protocolo sanitário para as embarcações, que prevê redução de viajantes por navio para 75% da capacidade total, exigência do cartão de vacina contra covid-19 a passageiros e a exame RT-PCR realizado até 72 horas antes do embarque.
A exigência de documento que comprove imunização, já adotada em alguns Estados e municípios, é alvo constante de ataques do presidente Jair Bolsonaro, que se diz contra o “passaporte de vacina”. A circulação dos navios de cruzeiro estava parada no País desde 19 de março de 2020.
Na aprovação do protocolo, que define os parâmetros de segurança a serem seguidos pelos navios, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, destacou que vai acompanhar a eficácia do controle nas embarcações, pois o confinamento em navios de cruzeiro é uma situação específica.
“Nada está escrito na pedra. Estaremos sempre prontos para rever e tornar sem efeito decisões anteriores diante desse dinamismo e capacidade de alteração de cenários, seja para aumentar o rigor sanitário, seja para flexibilizá-lo”, disse ele. Além disso, a Anvisa pediu a grupos específicos, como grávidas, idosos ou pessoas com condições crônicas de saúde ou imunocomprometidas, avaliarem com cautela a decisão de viajar de cruzeiro.
No início da pandemia, surtos em cruzeiros foram uma das principais preocupações – em fevereiro de 2020, o navio de luxo Diamond Princess registrou cerca de 700 infecções e passou quase um mês em quarentena no Japão.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), Marcos Ferraz, cinco navios brasileiros circularão nesta temporada – serão 386 mil leitos disponíveis. Ao todo, 107 roteiros e 392 escalas estão confirmados, entre Ceará e Santa Catarina. “Há demanda alta, e estamos voltando com os roteiros mais famosos”, diz.
Com o retorno dos cruzeiros, cerca de 25 mil empregos devem ser gerados, diz a Clia Brasil, que considera as vagas dentro e fora dos navios, incluindo em restaurantes, agências de viagens, aluguel de vans e outros serviços indiretos.