Frustração com pacote do governo aumenta temor de dominância econômica
Economistas apontam que a dominância fiscal ocorre quando o peso da dívida pública atinge níveis insustentáveis, tornando cortes e aumentos de impostos inviáveis e levando à inflação como saída

A frustração com o pacote de cortes de gastos do governo reacendeu o temor de dominância fiscal, um cenário em que o Banco Central tem sua capacidade de controlar a inflação limitada devido à situação crítica das contas públicas. O anúncio do pacote gerou alta do dólar, que ultrapassou R$ 6, e aumento das taxas de juros, previstas para alcançar 14% ao ano.

Economistas apontam que a dominância fiscal ocorre quando o peso da dívida pública atinge níveis insustentáveis, tornando cortes e aumentos de impostos inviáveis e levando à inflação como saída. Atualmente, a dívida bruta está em 78,6% do PIB, com tendência de alta. Durante a pandemia, a dívida chegou a 90%, mas havia confiança em medidas de ajuste. Hoje, a percepção é de que o governo não está comprometido com um ajuste fiscal robusto, agravando as incertezas econômicas.

Especialistas destacam que a política monetária, isoladamente, tem pouca eficácia para controlar a inflação diante do cenário fiscal. A falta de ações mais firmes alimenta dúvidas sobre a solvência do governo e pressiona ainda mais o mercado financeiro.

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