Opção do governo para evitar risco de apagão chega a custar quatro vezes mais

Conhecido por explorar bem seu potencial hídrico para a geração de energia elétrica, o governo decidiu, para afastar o risco de apagão em ano eleitoral, concentrar sua estratégia na expansão da energia termelétrica, em vez de apostar em outras fontes renováveis. Como consequência, até 2025, pelo menos, a matriz energética terá uma participação maior de fontes mais poluentes, e o consumidor enfrentará custos mais elevados.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), estudos e simulações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que o acionamento das térmicas entre janeiro e novembro deste ano custará R$ 13,1 bilhões. Isso será compensado na conta de luz. E novos negócios estão surgindo: até 2026, estão previstos investimentos de R$ 12 bilhões em usinas térmicas no país. Pelo menos 19 unidades estão sendo construídas.

Em outubro, o MME fará um leilão para compra de adicional de energia, com prazo previsto para abril de 2022 a dezembro de 2025. Poderão participar do leilão térmicas a gás com custo de até R$ 750 por megawatt-hora (MWh) e a óleo diesel e óleo combustível de até R$ 1 mil/MWh.

Em agosto, o preço de referência do leilão para térmicas foi de R$ 266,86/MWh. No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), onde as compras se dão por leilões, despacho do ano passado definia o valor médio do ACR em R$ 253,50/MWh para 2021. Fontes renováveis, como eólica e solar, têm preço médio de R$ 150/MWh.

Exame Invest

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