Galípolo alerta para risco de desaceleração global mais severa com escalada da guerra comercial
Segundo Galípolo, o cenário internacional tem sido determinante para os movimentos de preços nos mercados

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, alertou nesta terça-feira (23) que a intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China pode levar a uma desaceleração econômica global mais forte do que a prevista inicialmente. A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, como parte do cronograma de prestação de contas da autoridade monetária ao Congresso.

Segundo Galípolo, o cenário internacional tem sido determinante para os movimentos de preços nos mercados, com destaque para a crescente aversão ao risco diante do avanço de medidas protecionistas. “O que estamos vendo agora é um movimento que pode caminhar para um cenário de aversão ao risco. Se essa guerra tarifária escalar, podemos ter uma desaceleração mais abrupta e mais forte da economia global”, afirmou.

O presidente do BC explicou que, desde o fim de 2024, houve uma mudança na percepção dos agentes econômicos quanto à possível volta de Donald Trump à Casa Branca. A visão de um governo pró-mercado tem dado lugar a preocupações crescentes com os impactos das tarifas e com a instabilidade comercial gerada por elas.

Galípolo ressaltou que a continuidade da disputa pode afetar o fluxo global de capitais, com investidores migrando para ativos considerados mais seguros. Essa reconfiguração do apetite ao risco também tem o potencial de pressionar os mercados emergentes.

Apesar dos alertas, o presidente do BC ponderou que ainda há margem para desfechos distintos ao longo de 2025. Um eventual arrefecimento das tensões comerciais, por meio de acordos bilaterais, poderia atenuar os efeitos negativos. No entanto, caso haja agravamento da disputa, os impactos sobre as cadeias produtivas globais tendem a ser mais duradouros e severos.

redacao
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