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O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos referente ao mês de setembro, que será divulgado na próxima semana, é aguardado como um dado-chave para as decisões do Federal Reserve (Fed) em relação à magnitude do corte de juros a ser realizado em novembro. Após a divulgação de indicadores do mercado de trabalho de setembro, como o 'payroll', e do relatório Jolts de agosto, que vieram acima das expectativas, um aumento nos preços superior ao esperado no CPI pode levar o Fed a adiar o corte de juros, avaliou o economista-sênior para os EUA do UBS Wealth Management, Brian Rose.
De acordo com Rose, se o CPI indicar uma pressão inflacionária mais forte, o Fed poderá "pular" a reunião de novembro, adiando a redução da taxa de juros. A expectativa em torno das próximas decisões se intensifica após a publicação do 'dot plot' - gráfico que mostra as previsões individuais dos membros do Fed para as taxas futuras dos Fed funds. Divulgado na reunião de setembro, o gráfico indicou que quase metade dos participantes esperava que, até o final do ano, os cortes somariam entre 0,50 a 0,75 ponto percentual, sugerindo apenas um corte adicional de 0,25 ponto percentual até dezembro.
"O Fed divulgará a ata da reunião em 9 de outubro, o que pode fornecer mais clareza sobre como os dados recebidos podem afetar a política monetária", afirmou Rose, apontando para a importância dos próximos dados econômicos no direcionamento da política do banco central dos EUA.
Atualmente, o cenário-base do economista é que o Fed realize um corte de 0,25 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro, seguido de cortes trimestrais subsequentes. No entanto, a decisão final dependerá da trajetória da inflação e das condições econômicas até o final do ano.