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As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) de curto prazo fecharam a quarta-feira praticamente estáveis, enquanto as de longo prazo recuaram, em um dia influenciado por fortes dados econômicos dos EUA e declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ajudaram a diminuir preocupações fiscais.
No fechamento, a taxa do DI para janeiro de 2025, refletindo expectativas para a Selic a curto prazo, estava em 11,268%, levemente acima dos 11,258% do ajuste anterior. O contrato para janeiro de 2026 marcou 12,755%, também com pequena variação em relação aos 12,751% anteriores. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 ficou em 12,85%, ante 12,891%, e o de janeiro de 2033 caiu para 12,77%, ante 12,827%.
As taxas dos DIs atingiram máximas no início do dia após o relatório ADP de Emprego nos EUA, que apontou a criação de 233.000 vagas no setor privado em outubro, superando as 159.000 de setembro e a previsão de 114.000 feita por economistas. Esse resultado impulsionou os títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries), dado que o cenário econômico aquecido reduz as chances de cortes de juros futuros pelo Federal Reserve. No Brasil, o DI para janeiro de 2027 chegou a 12,94% após os dados, subindo 3 pontos-base.
Entretanto, esse movimento perdeu força com as declarações de Haddad após as 11h. Ele afirmou que há consenso com a Casa Civil para criar medidas de controle de despesas públicas, o que trouxe alívio ao mercado, reduzindo a cotação do dólar e das taxas dos DIs. Às 11h19, durante a entrevista, o DI para janeiro de 2027 marcava a mínima de 12,82%, queda de 9 pontos-base em relação ao ajuste anterior.
À tarde, os juros de curto prazo nos EUA se firmaram em alta, e o rendimento do título de dez anos voltou a subir levemente, reduzindo a pressão de baixa sobre as taxas no Brasil. Com isso, as taxas de curto prazo brasileiras ficaram perto da estabilidade, e o mercado mantém a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic em 0,50 ponto percentual na próxima semana, atualmente em 10,75% ao ano.
A curva de juros brasileira precificava uma probabilidade de 96% de alta de 0,50 ponto e 4% de uma elevação de 0,75 ponto. Além disso, o Ministério do Trabalho anunciou a criação de 247.818 vagas formais de trabalho no Brasil em setembro, acima da previsão de 227.600 vagas.
Por fim, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou de um evento em São Paulo, mas devido ao “período de silêncio” que antecede o Copom, ele não fez comentários sobre a política monetária.