O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou nesta segunda-feira (3) a falência da Editora Três, responsável pela publicação das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro. A decisão foi assinada pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, que apontou o descumprimento das obrigações estabelecidas no plano de recuperação judicial por parte da editora.
De acordo com o processo, a administradora judicial informou ao tribunal que a empresa deixou de realizar pagamentos a diversos credores, com destaque para dívidas trabalhistas. A Editora Três não conseguiu apresentar comprovantes que comprovassem a quitação dessas pendências nem fornecer esclarecimentos sobre o descumprimento do plano de recuperação. A companhia ainda solicitou o encerramento do processo, mas o pedido foi rejeitado, culminando na decretação da falência.
Na decisão, o juiz determinou que a administradora judicial apresente, no prazo de 10 dias, uma lista atualizada de credores. A relação deve considerar os valores já pagos durante o período de recuperação judicial e incluir créditos que não estavam inicialmente contemplados no processo.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo destacou que a editora vinha atrasando o pagamento dos salários de seus funcionários há meses, o que motivou uma greve que já durava quase 30 dias. A situação financeira da empresa se deteriorou a ponto de inviabilizar a continuidade de suas operações impressas.
A Editora Três já havia encerrado a circulação física das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, anunciando, em 24 de janeiro, a migração das publicações para o formato digital. A revista IstoÉ estava em circulação desde 1976, enquanto a IstoÉ Dinheiro foi lançada em 1997.
