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O Nubank (ROXO34) registrou um lucro líquido de US$ 552,6 milhões no quarto trimestre de 2024, um crescimento de 85% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o lucro da fintech atingiu US$ 1,9 bilhão, um avanço de 110%, consolidando a trajetória positiva da empresa desde que passou a apresentar resultados consistentes em setembro de 2021.
O desempenho financeiro do banco digital também refletiu na bolsa, com suas ações acumulando uma valorização superior a 200% desde o piso registrado em janeiro de 2023. “Esses resultados nos colocam entre as instituições financeiras mais rentáveis do mundo, mesmo mantendo uma posição significativa de capital excedente no nível da holding”, afirmou a empresa em comunicado.
A receita líquida do Nubank atingiu um novo recorde no trimestre, somando US$ 3 bilhões, um crescimento de 50%. O retorno sobre patrimônio (ROE) anualizado ficou em 29%, superando bancos tradicionais como o Itaú (ITUB4), que apresentou um ROE de 22%. Apesar dos bons números, as ações do Nubank recuaram 6,22% no pós-mercado da bolsa de Nova York.
Receitas e carteira de crédito em expansão
A receita financeira líquida de juros (NII) cresceu 57% no trimestre, totalizando US$ 1,7 bilhão. Por outro lado, a margem financeira líquida (NIM) caiu 70 pontos-base, para 17,7%, refletindo a redução nos rendimentos de empréstimos e cartões de crédito. Além disso, os custos de financiamento aumentaram devido ao crescimento dos depósitos no México e na Colômbia.
No setor de crédito, a fintech encerrou 2024 com uma carteira de US$ 11,5 bilhões, um aumento de 75% na comparação anual. A carteira total, que inclui outros produtos financeiros, cresceu 45% em 12 meses e 14% no trimestre, atingindo US$ 20,7 bilhões.
Para 2025, o Nubank seguirá atento ao cenário macroeconômico, conforme destacou o diretor de Relações com Investidores, Jorg Friedemann. Ele apontou que há um grande potencial de crescimento no setor de crédito, já que menos de 50% dos mais de 100 milhões de clientes do banco possuem cartão de crédito, considerado o primeiro passo para a inserção no mercado de crédito.
Inadimplência sob controle
A taxa de inadimplência, um indicador monitorado de perto pelo mercado devido ao perfil de crédito mais arriscado do Nubank, apresentou melhora no trimestre. O índice de atrasos entre 15 e 90 dias (NPL 15-90) caiu 30 pontos-base, para 4,1%. Já a inadimplência acima de 90 dias (NPL 90+) recuou 20 pontos-base, chegando a 7%, em linha com padrões sazonais e tendências históricas.
Segundo Friedemann, essa redução foi impulsionada por ajustes no mix de crédito, incluindo um aumento na concessão de empréstimos com garantia e a seleção de clientes com perfis financeiros mais sólidos. O executivo destacou ainda que o Nubank adota um modelo “seletivo e prudente” na concessão de crédito, baseado no uso intensivo de dados para avaliar a capacidade financeira dos clientes.
Crescimento da base de clientes e despesas operacionais
A fintech adicionou 4,5 milhões de novos clientes no quarto trimestre e encerrou 2024 com um total de 114,2 milhões de clientes globais, um crescimento de 22% em relação ao ano anterior. O Nubank se consolidou como a terceira maior instituição financeira em número de clientes no Brasil, segundo dados do Banco Central. No México, o banco ultrapassou a marca de 10 milhões de clientes, enquanto na Colômbia o número chegou a 2,5 milhões.
As despesas operacionais da companhia totalizaram US$ 595,9 milhões, um aumento de 24% na comparação anual. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento de 35% nas despesas gerais e administrativas e pelo crescimento dos custos com suporte ao cliente e operações.