O que são fundos de investimento e como funcionam?
Entenda o que são fundos de investimento, seu funcionamento, tipos, regulamentação e tributação. Este artigo detalha todos os aspectos essenciais para investidores e interessados no mercado financeiro

Os fundos de investimento são instrumentos financeiros que reúnem recursos de diversos investidores com o objetivo de aplicá-los em uma carteira diversificada de ativos. Esses ativos podem incluir ações, títulos de renda fixa, imóveis, moedas estrangeiras e outras classes de investimentos. A gestão do fundo é realizada por profissionais qualificados, conhecidos como gestores de fundos, que tomam decisões de investimento em nome dos cotistas. Este artigo aborda de forma detalhada o funcionamento dos fundos de investimento, suas características, tipos, vantagens, desvantagens e aspectos regulatórios.

Conceitos Básicos

O que é um fundo de investimento?

Um fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio, destinada à aplicação em uma carteira diversificada de ativos financeiros e valores mobiliários. Esses recursos são obtidos através da captação de recursos de diversos investidores, denominados cotistas. Cada cotista adquire uma cota do fundo, representando uma fração do patrimônio total. A gestão do fundo é realizada por uma entidade administradora, que é responsável pela execução da política de investimento definida no regulamento do fundo.

Os fundos de investimento permitem que os investidores tenham acesso a uma gestão profissional e a uma diversificação de ativos que, muitas vezes, não seriam possíveis de serem alcançados individualmente, devido a restrições de capital ou conhecimento técnico.

Principais Características

1. Cotas

As cotas representam a menor fração do patrimônio de um fundo de investimento. Quando um investidor aplica recursos em um fundo, ele adquire cotas, tornando-se assim um cotista. O valor da cota é calculado diariamente, com base no valor do patrimônio líquido do fundo dividido pelo número de cotas existentes. A valorização ou desvalorização do fundo reflete diretamente no valor das cotas.

2. Diversificação

Uma das principais características dos fundos de investimento é a diversificação. Através da diversificação, o fundo aplica recursos em diferentes classes de ativos, setores da economia, regiões geográficas e prazos. Essa estratégia visa reduzir o risco total da carteira, uma vez que a performance negativa de um ativo pode ser compensada pelo desempenho positivo de outros.

3. Gestão Profissional

A gestão dos recursos de um fundo de investimento é realizada por gestores profissionais, que possuem conhecimento e experiência no mercado financeiro. Esses gestores são responsáveis por tomar decisões de investimento, sempre seguindo a política definida no regulamento do fundo. A gestão profissional é um dos grandes atrativos dos fundos de investimento, especialmente para investidores que não possuem tempo ou conhecimento suficiente para gerir seus próprios investimentos.

4. Liquidez

A liquidez dos fundos de investimento varia conforme o tipo de fundo e a política de resgate estabelecida no regulamento. Alguns fundos oferecem alta liquidez, permitindo resgates diários, enquanto outros podem ter prazos mais longos para resgates, como fundos imobiliários ou fundos de private equity. A liquidez é um fator importante a ser considerado pelos investidores ao escolher um fundo, especialmente se houver a necessidade de acesso rápido aos recursos investidos.

5. Transparência

Os fundos de investimento são regulados por órgãos específicos, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, que exigem a divulgação periódica de informações sobre a composição da carteira, rentabilidade, taxas cobradas, entre outras informações relevantes. Essa transparência permite que os investidores acompanhem a performance do fundo e tomem decisões informadas sobre seus investimentos.

Estrutura de um Fundo

1. Administrador

O administrador é a entidade responsável pela constituição, funcionamento e manutenção do fundo de investimento. Suas atribuições incluem a elaboração do regulamento do fundo, a contratação de prestadores de serviços, a supervisão da gestão da carteira, a emissão e o resgate de cotas, entre outras responsabilidades. O administrador deve ser uma instituição autorizada pela CVM.

2. Gestor

O gestor é a entidade ou profissional responsável pela gestão ativa da carteira de investimentos do fundo. Cabe ao gestor tomar as decisões de compra e venda de ativos, sempre em conformidade com a política de investimento do fundo e as diretrizes estabelecidas pelo administrador. O gestor deve possuir experiência e conhecimento aprofundado no mercado financeiro.

3. Custodiante

O custodiante é a instituição responsável pela guarda e controle dos ativos financeiros do fundo. Ele assegura que os ativos sejam mantidos em segurança e realiza a liquidação das operações de compra e venda de ativos. O custodiante deve ser uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central e pela CVM.

4. Auditor

O auditor independente é responsável por revisar e certificar as demonstrações financeiras do fundo de investimento. Sua atuação garante a veracidade e a conformidade das informações contábeis apresentadas pelo administrador, proporcionando maior segurança e transparência para os investidores.

5. Distribuidor

O distribuidor é a entidade responsável pela distribuição das cotas do fundo de investimento. Ele pode ser um banco, uma corretora de valores, uma plataforma de investimento ou outra instituição financeira autorizada pela CVM. O distribuidor é responsável por captar novos investidores e facilitar o processo de aplicação e resgate de cotas.


Tipos de Fundos de Investimento

1. Fundos de Renda Fixa

Os fundos de renda fixa são aqueles que alocam a maior parte de seus recursos em títulos de renda fixa, como títulos públicos, debêntures, certificados de depósito bancário (CDBs), letras de crédito imobiliário (LCIs) e letras de crédito do agronegócio (LCAs). Esses fundos são indicados para investidores que buscam menor volatilidade e rendimentos mais previsíveis.

Características dos Fundos de Renda Fixa

  • Baixa Volatilidade: Os fundos de renda fixa geralmente apresentam menor volatilidade em comparação aos fundos de ações e multimercado, devido à natureza mais estável dos ativos em que investem.
  • Previsibilidade de Rendimentos: Embora os rendimentos não sejam garantidos, os fundos de renda fixa oferecem maior previsibilidade de retorno, especialmente em ambientes de taxas de juros estáveis.
  • Diversificação de Ativos: Mesmo focados em renda fixa, esses fundos diversificam entre diferentes emissores e tipos de títulos, o que ajuda a mitigar riscos específicos.

2. Fundos de Ações

Os fundos de ações destinam a maior parte de seu patrimônio à compra de ações de empresas negociadas em bolsas de valores. São indicados para investidores com maior tolerância ao risco, que buscam retornos superiores no longo prazo.

Características dos Fundos de Ações

  • Alta Volatilidade: Os fundos de ações estão sujeitos a oscilações significativas no curto prazo, devido à variação nos preços das ações que compõem a carteira.
  • Potencial de Alto Retorno: No longo prazo, os fundos de ações podem proporcionar retornos superiores em comparação a outros tipos de fundos, refletindo o crescimento das empresas e a valorização de seus papéis.
  • Gestão Ativa ou Passiva: Os fundos de ações podem ser geridos de forma ativa, onde o gestor busca superar um índice de referência, ou de forma passiva, replicando a composição de um índice específico.

3. Fundos Multimercado

Os fundos multimercado têm a flexibilidade de investir em diversas classes de ativos, como ações, renda fixa, câmbio e derivativos. Essa diversificação permite que os gestores adotem diferentes estratégias para maximizar os retornos e minimizar os riscos.

Características dos Fundos Multimercado

  • Diversificação de Ativos: Esses fundos podem investir em uma ampla gama de ativos, o que permite maior flexibilidade e potencial de retorno.
  • Estratégias Variadas: Os gestores de fundos multimercado podem adotar estratégias de arbitragem, alocação dinâmica, long & short, entre outras, para aproveitar oportunidades de mercado.
  • Risco Moderado a Alto: Dependendo da estratégia adotada, os fundos multimercado podem apresentar diferentes níveis de risco, que variam de moderado a alto.

4. Fundos Cambiais

Os fundos cambiais investem em ativos atrelados a moedas estrangeiras, como títulos de dívida denominados em moeda estrangeira, derivativos cambiais e contratos futuros. São indicados para investidores que desejam se proteger contra a variação cambial ou especular sobre a valorização de determinadas moedas.

Características dos Fundos Cambiais

  • Proteção Cambial: Esses fundos oferecem uma forma de proteção contra a desvalorização da moeda local em relação a outras moedas, como o dólar ou o euro.
  • Exposição Internacional: Proporcionam exposição a ativos e mercados estrangeiros, diversificando os riscos geográficos.
  • Risco de Moeda: A performance dos fundos cambiais está diretamente ligada às flutuações das moedas, o que pode aumentar a volatilidade dos retornos.

5. Fundos Imobiliários

Os fundos imobiliários investem em ativos do setor imobiliário, como imóveis comerciais, residenciais, shopping centers, galpões logísticos, entre outros. Permitem que investidores obtenham exposição ao mercado imobiliário sem a necessidade de adquirir imóveis diretamente.

Características dos Fundos Imobiliários

  • Rendimentos Periódicos: Muitos fundos imobiliários distribuem periodicamente rendimentos aos cotistas, provenientes dos aluguéis recebidos pelos imóveis.
  • Valorização de Capital: Além dos rendimentos, os fundos imobiliários podem oferecer valorização do capital investido, com a valorização dos imóveis ao longo do tempo.
  • Liquidez: Diferente da compra direta de imóveis, os fundos imobiliários oferecem maior liquidez, pois suas cotas são negociadas em bolsas de valores.
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Vantagens e Desvantagens dos Fundos de Investimento

Vantagens

1. Diversificação

Os fundos de investimento oferecem diversificação de ativos, o que reduz o risco total da carteira. Investir em uma variedade de ativos diminui a dependência do desempenho de um único ativo, setor ou região.

2. Gestão Profissional

Investir em fundos permite acesso à gestão profissional, onde gestores experientes tomam decisões de investimento baseadas em análises detalhadas e estratégias de mercado.

3. Acesso a Mercados e Ativos Diversificados

Os fundos de investimento proporcionam acesso a mercados e ativos que poderiam ser inacessíveis para investidores individuais devido a restrições de capital ou conhecimento técnico.

4. Liquidez

Muitos fundos de investimento oferecem alta liquidez, permitindo que os investidores resgatem suas cotas com facilidade e rapidez.

5. Transparência

A regulamentação dos fundos de investimento exige a divulgação periódica de informações detalhadas sobre a composição da carteira, rentabilidade e taxas cobradas, proporcionando maior transparência para os investidores.

Desvantagens

1. Taxas e Custos

Os fundos de investimento podem ter várias taxas, como taxa de administração, taxa de performance, taxa de entrada e saída, entre outras. Esses custos podem impactar a rentabilidade líquida do investimento.

2. Risco de Mercado

Embora os fundos ofereçam diversificação, eles ainda estão sujeitos ao risco de mercado, podendo sofrer perdas devido à volatilidade dos ativos em que investem.

3. Resgates com Prazo

Alguns fundos possuem prazos para liquidação dos resgates, o que pode limitar a liquidez em momentos de necessidade imediata de recursos.

4. Desempenho dos Gestores

O desempenho de um fundo está diretamente relacionado à habilidade do gestor. Gestores menos competentes podem não conseguir atingir os objetivos de investimento do fundo.


Tributação

A tributação dos fundos de investimento é um aspecto crucial que os investidores devem entender para avaliar o impacto fiscal sobre seus rendimentos. No Brasil, a tributação sobre os rendimentos de fundos de investimento é regulamentada pela Receita Federal e varia de acordo com o tipo de fundo e o prazo de aplicação. A seguir, abordaremos os principais aspectos da tributação dos fundos de investimento.

1. Imposto de Renda

Os rendimentos obtidos em fundos de investimento são sujeitos à incidência de Imposto de Renda (IR), que pode variar conforme a natureza do fundo e o prazo em que os recursos permanecem aplicados.

Fundos de Renda Fixa e Fundos de Curto Prazo

Os fundos de renda fixa são tributados conforme uma tabela regressiva, que varia de acordo com o prazo de aplicação dos recursos. Para fundos de curto prazo, a tabela é a seguinte:

  • Até 180 dias: alíquota de 22,5%
  • Acima de 180 dias: alíquota de 20%

Fundos de Longo Prazo

Para os fundos de longo prazo, a tributação é baseada na seguinte tabela regressiva:

  • Até 180 dias: alíquota de 22,5%
  • De 181 a 360 dias: alíquota de 20%
  • De 361 a 720 dias: alíquota de 17,5%
  • Acima de 720 dias: alíquota de 15%

Fundos de Ações

Os fundos de ações são tributados à alíquota única de 15% sobre os ganhos de capital, independentemente do prazo de aplicação.

Come-cotas

Uma particularidade da tributação de fundos de investimento no Brasil é o mecanismo conhecido como "come-cotas". O come-cotas é a antecipação do Imposto de Renda, que é debitado automaticamente das cotas do fundo nos meses de maio e novembro. Este mecanismo aplica-se aos fundos de renda fixa, multimercado e cambiais, mas não aos fundos de ações.

2. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide sobre os resgates realizados em prazo inferior a 30 dias, conforme uma tabela regressiva. A alíquota do IOF varia de 96% no primeiro dia até 0% no 30º dia. O objetivo do IOF é desestimular aplicações de curtíssimo prazo.

3. Outros Tributos

Além do Imposto de Renda e do IOF, outros tributos podem incidir sobre os fundos de investimento, dependendo da natureza do fundo e das operações realizadas.

ISS (Imposto sobre Serviços)

O ISS pode incidir sobre a taxa de administração cobrada pelos fundos de investimento, especialmente aqueles que oferecem serviços de gestão e administração de carteiras. A alíquota do ISS varia de acordo com o município onde o serviço é prestado.

PIS/Cofins

Os fundos de investimento também podem estar sujeitos ao recolhimento de PIS/Cofins sobre a receita auferida com as taxas de administração e performance.

Planejamento Tributário

O entendimento da tributação dos fundos de investimento é essencial para o planejamento tributário do investidor. Considerar o impacto dos tributos na rentabilidade líquida é fundamental para tomar decisões informadas sobre alocação de recursos. O prazo de aplicação, a natureza do fundo e as alíquotas aplicáveis devem ser avaliados para otimizar o retorno do investimento.

Funcionamento dos Fundos de Investimento

O funcionamento dos fundos de investimento envolve uma série de processos e mecanismos que permitem a captação, gestão, administração e distribuição dos recursos aplicados pelos investidores. Esta seção aborda detalhadamente como esses fundos operam, desde a captação de recursos até os resgates e aportes, passando pela gestão e administração dos ativos.

1. Captação de Recursos

A captação de recursos é o processo pelo qual um fundo de investimento atrai e recebe aportes de capital dos investidores. Esse processo ocorre através da emissão de cotas, que representam frações do patrimônio líquido do fundo. A venda dessas cotas pode ser realizada diretamente pela instituição administradora do fundo ou por meio de distribuidores autorizados, como bancos, corretoras e plataformas de investimento.

Emissão de Cotas

  • Oferta Inicial: No lançamento de um fundo, ocorre uma oferta inicial de cotas, onde os investidores interessados podem adquirir cotas diretamente da administradora ou dos distribuidores.
  • Aportes Adicionais: Após a oferta inicial, os investidores podem continuar adquirindo cotas através de aportes adicionais, conforme permitido pelo regulamento do fundo.

2. Gestão e Administração

A gestão e administração de um fundo de investimento são conduzidas por diferentes agentes, cada um com responsabilidades específicas para garantir o cumprimento da política de investimento e a eficiência operacional do fundo.

Gestão de Recursos

A gestão dos recursos do fundo é realizada por gestores profissionais, que são responsáveis pela seleção e negociação dos ativos que compõem a carteira do fundo. Esses gestores utilizam uma variedade de estratégias e ferramentas analíticas para tomar decisões de investimento que visem maximizar os retornos e minimizar os riscos, em conformidade com a política de investimento definida no regulamento do fundo.

Administração do Fundo

A administração do fundo é feita por uma instituição administradora, que desempenha funções operacionais e de supervisão. Suas responsabilidades incluem:

  • Elaboração do Regulamento: Definição e manutenção do regulamento do fundo, que estabelece a política de investimento, regras de funcionamento, taxas e outras disposições.
  • Supervisão das Atividades: Monitoramento das atividades do gestor, custódia dos ativos e demais prestadores de serviço para garantir conformidade com as normas regulatórias e o regulamento do fundo.
  • Serviços Administrativos: Manutenção de registros de cotistas, cálculo diário do valor das cotas, emissão e resgate de cotas, entre outros serviços administrativos.

3. Política de Investimento

Cada fundo de investimento possui uma política de investimento definida em seu regulamento, que orienta as decisões de alocação de recursos e as estratégias de investimento adotadas pelos gestores. A política de investimento especifica os seguintes aspectos:

  • Objetivos do Fundo: Metas de rentabilidade e perfil de risco pretendido.
  • Classes de Ativos Permitidos: Tipos de ativos nos quais o fundo pode investir, como ações, títulos de renda fixa, derivativos, imóveis, entre outros.
  • Limites de Alocação: Percentuais máximos e mínimos de alocação em cada classe de ativo, visando diversificação e controle de risco.
  • Regras de Diversificação: Critérios para evitar concentração excessiva em um único ativo, emissor ou setor.
  • Prazo de Investimento: Horizonte temporal recomendado para os investimentos no fundo.

4. Valorização e Desvalorização das Cotas

O valor das cotas de um fundo de investimento é calculado diariamente, com base no valor do patrimônio líquido (VPL) do fundo dividido pelo número total de cotas em circulação. O VPL é a soma dos valores de mercado de todos os ativos da carteira, deduzidos os passivos do fundo.

Cálculo do Valor da Cota

  • Valor Patrimonial Líquido (VPL): O valor dos ativos do fundo é atualizado diariamente, refletindo as variações de mercado. A soma desses valores constitui o VPL.
  • Número de Cotas: O total de cotas em circulação é utilizado como denominador para determinar o valor da cota.
  • Fórmula: Valor da Cota = VPL / Número de Cotas

Fatores que Influenciam a Valorização/Desvalorização

  • Desempenho dos Ativos: A performance dos ativos que compõem a carteira do fundo impacta diretamente o valor das cotas. Valorização dos ativos resulta em aumento do VPL e, consequentemente, do valor das cotas.
  • Distribuição de Rendimentos: Fundos que distribuem rendimentos periodicamente podem ter o valor das cotas ajustado para refletir a distribuição efetuada.
  • Taxas e Despesas: As taxas de administração, performance e outras despesas do fundo são deduzidas do VPL, influenciando o valor das cotas.

5. Resgates e Aportes

Os investidores podem realizar aportes adicionais para adquirir mais cotas ou solicitar o resgate total ou parcial de suas cotas, conforme permitido pelo regulamento do fundo. O processo de resgate envolve a venda das cotas de volta ao fundo, com a correspondente redução no número de cotas em circulação.

Processo de Resgate

  • Solicitação de Resgate: O cotista deve solicitar o resgate das cotas junto à administradora ou distribuidor.
  • Prazo de Liquidação: O prazo para liquidação do resgate pode variar conforme o tipo de fundo e deve estar especificado no regulamento. Fundos de alta liquidez permitem resgates rápidos, enquanto fundos com menor liquidez podem exigir prazos mais longos.
  • Valor de Resgate: O valor do resgate é calculado com base no valor das cotas na data de solicitação, menos eventuais taxas de saída.

Aportes Adicionais

  • Realização de Aportes: Os investidores podem realizar aportes adicionais adquirindo mais cotas do fundo.
  • Processamento dos Aportes: Os aportes são processados conforme os procedimentos estabelecidos pelo fundo, podendo ocorrer diariamente ou em datas específicas.

Regulamentação e Supervisão

A regulamentação e supervisão dos fundos de investimento são essenciais para garantir a transparência, segurança e integridade do mercado financeiro. No Brasil, diversos órgãos reguladores estabelecem normas e diretrizes que devem ser seguidas pelos fundos de investimento, administradores e gestores. Esta seção detalha os principais aspectos da regulamentação e supervisão dos fundos de investimento.

1. Órgãos Reguladores

Os principais órgãos reguladores responsáveis pela supervisão dos fundos de investimento no Brasil são a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central do Brasil (BACEN). Esses órgãos desempenham papéis complementares na regulamentação do mercado financeiro.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

A CVM é o principal órgão regulador do mercado de capitais no Brasil. Suas atribuições incluem:

  • Regulamentação: A CVM estabelece normas e diretrizes para a constituição, funcionamento e administração dos fundos de investimento. Isso inclui regras sobre divulgação de informações, gestão de risco, governança e compliance.
  • Supervisão: A CVM supervisiona as atividades dos fundos de investimento, administradores, gestores e outros participantes do mercado. A supervisão envolve a análise de demonstrações financeiras, relatórios de auditoria e outras informações relevantes.
  • Fiscalização: A CVM possui poderes para investigar e punir infrações às normas regulamentares. As sanções podem incluir multas, suspensão de atividades e, em casos graves, a proibição de atuação no mercado.

Banco Central do Brasil (BACEN)

O BACEN é responsável pela estabilidade do sistema financeiro e pela supervisão das instituições financeiras. No contexto dos fundos de investimento, suas atribuições incluem:

  • Autorização de Instituições: O BACEN autoriza o funcionamento de instituições financeiras que atuam como administradores e gestores de fundos de investimento.
  • Supervisão Prudencial: O BACEN monitora a solidez financeira das instituições financeiras e sua conformidade com as normas prudenciais, garantindo a segurança dos recursos dos investidores.

2. Normas e Leis Aplicáveis

Os fundos de investimento no Brasil devem obedecer a um conjunto de normas e leis que regulamentam sua constituição, funcionamento, divulgação de informações e proteção dos investidores. As principais normas e leis incluem:

Instrução CVM 555

A Instrução CVM 555 é a principal norma que regulamenta os fundos de investimento no Brasil. Ela estabelece regras detalhadas sobre:

  • Constituição e Estrutura: Requisitos para a constituição de fundos, incluindo a necessidade de um regulamento, prospecto e contrato de administração.
  • Divulgação de Informações: Obrigações de divulgação periódica de informações sobre a carteira de ativos, rentabilidade, taxas cobradas, entre outros.
  • Política de Investimento: Diretrizes sobre a alocação de recursos, limites de concentração e diversificação de ativos.
  • Taxas e Custos: Regras sobre a cobrança de taxas de administração, performance e outras despesas.

Lei 6.385/76

A Lei 6.385/76 criou a CVM e estabelece suas atribuições e poderes. Ela também define as infrações e sanções aplicáveis no mercado de capitais.

Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações)

A Lei 6.404/76 regula as sociedades por ações, incluindo as sociedades gestoras de fundos de investimento. Ela estabelece normas sobre governança corporativa, demonstrações financeiras e auditoria.

3. Compliance e Governança

Os fundos de investimento devem adotar práticas de compliance e governança para garantir a conformidade com as regulamentações e proteger os interesses dos investidores. Essas práticas incluem:

Compliance

  • Políticas e Procedimentos: Estabelecimento de políticas e procedimentos internos para garantir a conformidade com as normas regulamentares e internas.
  • Monitoramento e Auditoria: Implementação de sistemas de monitoramento e auditoria interna para detectar e corrigir eventuais desvios de conformidade.
  • Treinamento e Educação: Programas de treinamento e educação contínua para funcionários e gestores sobre as normas e práticas de compliance.

Governança

  • Conselho de Administração: Muitos fundos, especialmente os maiores, possuem um conselho de administração que supervisiona as atividades do gestor e do administrador.
  • Comitês de Investimento: Comitês de investimento podem ser estabelecidos para revisar e aprovar as decisões de alocação de recursos, garantindo que estejam alinhadas com a política de investimento do fundo.
  • Transparência e Divulgação: Práticas de divulgação transparente de informações aos investidores, incluindo relatórios periódicos e comunicados sobre eventos relevantes.

4. Proteção aos Investidores

A regulamentação dos fundos de investimento também visa a proteção dos investidores, garantindo que eles tenham acesso a informações claras e precisas para tomar decisões informadas. As principais medidas de proteção incluem:

  • Prospecto Informativo: Documento que fornece informações detalhadas sobre o fundo, incluindo objetivos, política de investimento, riscos, taxas e despesas.
  • Relatórios Periódicos: Divulgação regular de relatórios de desempenho, composição da carteira e demonstrações financeiras.
  • Direito de Resgate: Garantia de que os investidores possam resgatar suas cotas conforme os prazos e condições estabelecidos no regulamento do fundo.
  • Resolução de Conflitos: Mecanismos para a resolução de conflitos entre investidores e administradores, incluindo mediação e arbitragem.

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