OPEP+ mantém cortes de produção de petróleo até o final do ano em meio a tensões no Oriente Médio
A decisão veio em linha com as expectativas do mercado, que aguardava o posicionamento do grupo diante das recentes oscilações nos preços do petróleo, a maior valorização desde março de 2023

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) decidiram, nesta semana, estender os cortes de produção da commodity até o final do ano, em um cenário de disparada dos preços e tensão geopolítica no Oriente Médio. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado, que aguardava o posicionamento do grupo diante das recentes oscilações nos preços do petróleo, a maior valorização desde março de 2023.

De acordo com Helena Kelm, analista de óleo e gás da XP, a extensão dos cortes de produção era esperada pelos investidores e analistas do setor. "Havia uma expectativa do mercado de qual seria o movimento dos produtores de petróleo, dadas essas oscilações de preço, mas o resultado da reunião acabou ficando bem em linha com o que se esperava", afirmou Kelm durante o programa Morning Call da XP, nesta sexta-feira (4).

A preocupação dos membros da OPEP+ girava em torno do cumprimento das restrições de produção, especialmente por parte de países como Rússia, Cazaquistão e Iraque. "Eles disseram que entrariam em conformidade, mas a OPEP+ afirmou que continuará a monitorar de perto esses dados de produção", destacou a analista. O temor dos produtores é que o descumprimento das cotas possa levar a um excesso de oferta de petróleo no mercado global. Contudo, a XP descarta essa possibilidade no curto prazo.

Dinâmica volátil e tensão geopolítica pressionam preços

Os preços do petróleo têm apresentado grande volatilidade recentemente, impactados por fatores econômicos e geopolíticos. Inicialmente, houve uma queda significativa devido às preocupações com a fraqueza da economia global e a consequente diminuição da demanda pela commodity. Entretanto, a dinâmica mudou nesta semana, com os preços voltando a subir em resposta ao agravamento das tensões no Oriente Médio.

"A volatilidade dos preços está diretamente ligada ao enfraquecimento da demanda, porém tem sido impulsionada pelas crescentes tensões na região do Oriente Médio", explicou Kelm. A escalada dos conflitos entre Israel e Irã, em particular, tem aumentado o temor de uma crise maior, que poderia afetar diretamente a oferta global de petróleo.

Apesar desse cenário, a XP adota uma postura menos pessimista quanto ao equilíbrio entre oferta e demanda. "Nosso posicionamento é de que não haverá um declínio muito acentuado da demanda no curto prazo", disse a analista, minimizando a possibilidade de um excesso de oferta que poderia desestabilizar ainda mais o mercado.

Conflitos no Oriente Médio sob vigilância

A XP avalia que, embora as tensões no Oriente Médio estejam no radar do mercado, há uma perspectiva de que a escalada do conflito possa ser contida, evitando uma guerra regional mais ampla. "O temor de uma crise maior na região se intensificou após os confrontos entre Israel e Irã, mas acreditamos que a situação pode ser controlada", concluiu Kelm.

Em meio à volatilidade dos preços e à instabilidade geopolítica, a extensão dos cortes de produção pela OPEP+ sinaliza uma tentativa de manter o equilíbrio do mercado de petróleo até o final do ano. Resta agora observar se os países membros conseguirão cumprir as restrições e como o cenário no Oriente Médio se desenrolará nas próximas semanas.

redacao
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