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O Federal Reserve não deve reduzir a taxa básica de juros em sua próxima reunião de política monetária, mas a possibilidade de um primeiro corte em junho está cada vez mais presente no mercado. A expectativa é que, caso os sinais de desaceleração econômica nos Estados Unidos se confirmem, o banco central inicie uma série de reduções rápidas nos custos de empréstimos.
Nos mercados futuros, os contratos atrelados à taxa de juros do Fed já precificam cortes de 0,25 ponto percentual em junho, julho e outubro. Esse movimento se intensificou após declarações recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, que mencionou um "período de transição" em meio ao aumento de tarifas sobre a China, Canadá e México, alimentando receios de uma recessão.
A resposta do mercado financeiro foi imediata: as bolsas norte-americanas recuaram nessa segunda-feira (11), enquanto os rendimentos dos Treasuries também caíram, refletindo a crescente preocupação com os impactos da política comercial do governo.
Na última sexta-feira (8), o chair do Fed, Jerome Powell, reafirmou que a instituição não tem pressa em cortar juros. Ele destacou a resiliência do mercado de trabalho, a trajetória incerta da inflação em direção à meta de 2% e os desafios impostos pela incerteza econômica gerada pelas decisões fiscais, regulatórias e comerciais do governo Trump.
Economistas alertam que essas políticas podem pressionar os preços e, ao mesmo tempo, desacelerar o crescimento econômico. Nesta segunda-feira, o Goldman Sachs revisou para baixo sua projeção de crescimento do PIB dos EUA para 1,7% e elevou sua estimativa de inflação.
Diante desse cenário, o Fed pode se ver diante de um dilema: manter a taxa de juros na faixa atual de 4,25% a 4,50% para conter a inflação ou iniciar cortes para evitar um impacto ainda maior no mercado de trabalho e na economia como um todo.