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Durante o Brazil-US Climate Impact Summit 2024, evento organizado pelo Valor e pela Amcham na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o diretor executivo de estratégia e planejamento da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, voltou a defender a exploração do potencial petrolífero da Margem Equatorial, localizada no Norte do Brasil, entre os Estados do Amapá e Rio Grande do Norte.
A Margem Equatorial, apontada como uma região de grande potencial para a produção de petróleo, pode trazer benefícios significativos, como a geração de empregos, o aumento da arrecadação e a promoção do desenvolvimento regional e nacional. No entanto, Tolmasquim reconheceu que a exploração ocorrerá em uma área ambientalmente sensível, exigindo cuidados especiais.
Tolmasquim também destacou que o Brasil já possui uma matriz energética e de transporte mais renovável em comparação com outros países. Embora a demanda por petróleo deva diminuir até 2050, ele afirmou que ela não será eliminada completamente. "A demanda por petróleo será menor em 2050, mas não será zero", disse. Segundo o executivo, mesmo em cenários em que os países cumprem as metas do Acordo de Paris, a Agência Internacional de Energia (AIE) projeta uma demanda global de cerca de 60 milhões de barris por dia em 2050, uma redução em relação aos atuais 100 milhões de barris diários.
Oportunidade de produção com menor pegada de carbono
Dentro desse contexto de uma demanda ainda significativa por petróleo, Tolmasquim levantou a questão de quais países serão os responsáveis por atender essa demanda. Ele enfatizou que a competitividade, a pegada de carbono da produção e o compromisso com a transição energética serão fatores cruciais para definir os produtores de petróleo no futuro. "A Petrobras pode ser competitiva em termos de pegada de carbono e competitividade", afirmou.
Tolmasquim também sugeriu que os países que continuarem a produzir petróleo deveriam se comprometer a usar parte da renda petrolífera não apenas para combater problemas sociais, mas também para investir na transição energética.
Ele reforçou a importância da pegada de carbono embutida na produção de petróleo como um critério para determinar os produtores no novo cenário global. "Se o Brasil parar de produzir petróleo, outro produtor pode ocupar o espaço, mas com emissões maiores", alertou. Isso poderia resultar em um aumento nas emissões globais, mesmo com a interrupção da produção brasileira.
A fala de Tolmasquim reflete a posição da Petrobras em equilibrar a necessidade de continuar produzindo petróleo, com menor impacto ambiental, e contribuir para a transição energética em um mundo onde a demanda por combustíveis fósseis ainda será relevante nos próximos anos.