Possível alta da Selic gera volatilidade nos juros de curto prazo, aponta analista
Apesar desse cenário de incerteza, a XP mantém uma visão construtiva para a renda fixa, especialmente para títulos atrelados à inflação, como as NTN-Bs, que ainda oferecem taxas acima de 6,0%

Em julho e início de agosto, as curvas de juros futuros de curto prazo (DIs) apresentaram forte volatilidade, refletindo a possibilidade de um aumento na taxa Selic devido à depreciação do câmbio.

Mayara Rodrigues, analista de renda fixa da XP,destacou durante sua participação no programa Morning Call da XP, nesta terça-feira (13), que o comportamento da curva de juros está intimamente ligado às declarações recentes do Banco Central, especialmente após a última ata do Copom e os comentários de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária,sugerindo que uma "alta da Selic está na mesa".

Segundo Rodrigues, a curva de juros tem se achatado, indicando que está se tornando mais estável nos prazos intermediários. Isso reflete uma crescente incerteza sobre o futuro da economia, o que, na visão da analista, significa que não faz sentido estender o prazo dos títulos, uma vez que não há uma compensação significativa para vencimentos mais longos.

Rodrigues recomenda cautela com investimentos pré-fixados, especialmente devido à incerteza elevada. O foco deve ser em prazos mais curtos, para evitar perdas significativas caso o mercado mude de direção.

Apesar desse cenário de incerteza, a XP mantém uma visão construtiva para a renda fixa, especialmente para títulos atrelados à inflação, como as NTN-Bs, que ainda oferecem taxas acima de 6,0%. Rodrigues ressalta que o Banco Central está comprometido com o controle da inflação, o que torna os DIs de curtíssimo prazo atraentes e as NTN-Bs com vencimentos intermediários, como 2028 e 2029, uma boa oportunidade de rendimento. 

redacao
Conta Oficial Verificada