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O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (14) o novo Relatório Focus, e os dados apontam um leve otimismo do mercado em relação ao câmbio e ao crescimento da economia brasileira nos próximos anos. Embora a projeção para o dólar em 2025 tenha permanecido inalterada em R$ 5,90, as estimativas para 2026, 2027 e 2028 foram revisadas para baixo. A expectativa para o câmbio em 2026 recuou de R$ 5,99 para R$ 5,97, enquanto para 2027 e 2028 as projeções caíram para R$ 5,89 e R$ 5,84, respectivamente.
Em relação à inflação, a mediana das projeções para 2025 permaneceu em 5,65%, com estabilidade também para 2026 (4,50%) e 2027 (4,00%). No entanto, para 2028, houve uma leve alta, passando de 3,78% para 3,79%. Quanto aos preços administrados dentro do IPCA, a projeção para 2025 se manteve em 5,06%, enquanto para os anos seguintes as estimativas ficaram em 4,28% (2026), 4,00% (2027) e 3,94% (2028).
Já no campo do Produto Interno Bruto (PIB), o mercado elevou marginalmente a previsão para 2026, de 1,60% para 1,61%. As expectativas para 2027 e 2028 seguiram inalteradas em 2%, com destaque para a consistência da estimativa de 2028, mantida há 57 semanas consecutivas.
Em relação à taxa básica de juros (Selic), o relatório mostra estabilidade nas projeções. A mediana para 2025 continua em 15%, mantendo-se inalterada há 14 semanas. Para os anos seguintes, o mercado projeta uma trajetória de queda gradual: 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028 — esta última mantida por 15 semanas seguidas.
Por fim, no que diz respeito ao IGP-M, o índice de inflação amplamente usado em contratos de aluguel, as estimativas também foram levemente ajustadas. Para 2025, houve uma pequena queda de 5,10% para 5,07%, enquanto as projeções para os anos seguintes ficaram estáveis: 4,52% para 2026 e 4,00% tanto para 2027 quanto para 2028.
O cenário, portanto, aponta para uma perspectiva de maior estabilidade econômica a médio e longo prazo, com sinais positivos no câmbio e nas expectativas de crescimento, ainda que em um ritmo moderado. A manutenção da Selic elevada no curto prazo indica a continuidade da postura conservadora do mercado frente aos desafios inflacionários.