Santander eleva recomendação para ações da Petrobras
Os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, responsáveis pelo relatório, justificaram a elevação com base em uma perspectiva renovada sobre a estrutura de capital

Após o Morgan Stanley ter elevado a recomendação para as ações da Petrobras no início desta semana, o Santander seguiu a mesma direção na noite da última terça-feira (27), aumentando sua recomendação para as ações negociadas na B3 (PETR3; PETR4) e para os ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York) da empresa. O banco elevou o preço-alvo para PETR3 de R$ 43 para R$ 54, indicando um potencial de alta de 28%, e para os ADRs PBR (equivalente às ações ordinárias), o preço-alvo subiu de US$ 17 para US$ 20, apontando um potencial de alta de 29%.

Os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, responsáveis pelo relatório, justificaram a elevação com base em uma perspectiva renovada sobre a estrutura de capital da Petrobras, que pode resultar em um potencial extraordinário de dividendos. Eles destacam que o plano estratégico (PE) 2025-2029 da Petrobras, que normalmente é divulgado no quarto trimestre, pode abordar preocupações anteriores dos analistas sobre uma estrutura de capital excessivamente rígida, possivelmente através de ajustes no teto da dívida bruta e maior clareza sobre a posição de caixa mínimo.

Além disso, o Santander acredita que o novo plano de negócios da Petrobras pode incluir um ajuste no capex (investimentos em capital) para 2025, o que é visto como um ponto positivo pelo banco.

Apesar de manter a projeção do dividend yield (dividendo sobre o preço da ação) para os próximos doze meses em cerca de 13%, o Santander agora incorpora aproximadamente US$ 3,5 bilhões em dividendos extraordinários para 2025. Isso eleva a projeção do rendimento de dividendos esperada para o próximo ano para cerca de 12%, acima da média das principais empresas globais, que é de cerca de 10%, segundo a Bloomberg.

As ações da Petrobras estão sendo negociadas a cerca de 3,6 vezes o EV/Ebitda esperado para 2025, o que representa um desconto de aproximadamente 25% em relação à média histórica de 10 anos. O banco espera que a recuperação gradual da produção no segundo semestre de 2024 e o potencial de licenciamento na Margem Equatorial apoiem essa visão otimista.

Expectativas para o Novo Plano Estratégico

O Santander espera que o próximo plano estratégico da Petrobras forneça mais flexibilidade à sua estrutura de capital, uma preocupação principal dos analistas devido às adições significativas de FPSOs (plataformas de produção) de arrendamento nos próximos trimestres.

Os analistas expressaram preocupação de que a Petrobras precisasse reduzir a dívida financeira bruta para absorver arrendamentos adicionais, o que poderia limitar o espaço para dividendos extraordinários em 2025. No entanto, eles acreditam que o próximo plano estratégico pode resolver essas preocupações.

Almeida e Muniz identificaram três mudanças importantes que seriam bem-vindas pelo mercado: (i) um teto de dívida bruta ajustado, que os analistas acreditam ser razoável entre US$ 70-75 bilhões, o que permitiria mais arrendamentos; (ii) maior clareza em relação ao caixa mínimo ou alvo, o que poderia "desbloquear" US$ 2-3 bilhões no modelo; e (iii) um ajuste no capex para 2025, especialmente considerando o capex recentemente revisado para 2024, estimado entre US$ 13,5-14,5 bilhões.

"No geral, essas mudanças devem se traduzir em (i) mais flexibilidade na estrutura de capital e (ii) mais espaço para dividendos extraordinários em 2025", concluem os analistas.

Essas projeções renovadas reforçam a confiança do Santander no potencial de valorização das ações da Petrobras e na capacidade da empresa de proporcionar retornos significativos aos seus acionistas no futuro próximo.

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