Síndrome de Burnout passa a ser considerada uma doença do trabalho
A medida fez com que as organizações se atentem para a importância do tema

A Síndrome de Burnout já tem data para mudar de classificação. Isso porque, a partir de 1 de janeiro deste ano, ela passou a a ser considerada uma doença do trabalho, com o CID 11, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A medida fez com que as organizações se atentem para a importância do tema e incluam isso em seus debates internos. 

“Essa mudança é importante para que as empresas se atentem aos funcionários, e consigam perceber, diante dos sintomas, se esse colaborador precisa de ajuda” aponta Carine Roos, CEO e fundadora de uma empresa especializada na capacitação de líderes e colaboradores que transforma as organizações por meio da Diversidade, Inclusão e Inovação. 

A síndrome foi oficializada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No quadro anterior, ela era vista como algo da área de saúde mental e psiquiátrica. Agora, além do Burnout, o CID 11 também inclui na lista de doenças o estresse pós-traumático, distúrbio em games e resistência antimicrobiana. 

“É uma grande vitória para os trabalhadores que muitas vezes adoecem por causa do trabalho exaustivo. Agora as empresas precisam tomar conhecimento disso para além da superfície e tomar medidas efetivas, revendo os processos de trabalho e a segurança psicológica de seus times para que o burnout não se torne algo endêmico no ambiente corporativo que gerenciam”, finaliza a CEO.

Síndrome de Burnout: o que é ?

A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é uma doença mental que surge após o indivíduo passar por situações de trabalho desgastantes, ou seja, que requerem muita responsabilidade ou até mesmo excesso de competitividade. Essa síndrome surge por excesso de trabalho vinculado à pressão. Alguns profissionais são mais suscetíveis a desenvolver a Síndrome de Burnout, tais como: médicos, enfermeiros, professores, policiais e jornalistas, além de profissionais que desempenham dupla ou tripla jornada.

Entre os motivos para o surgimento da Síndrome de Burnout, objetivos difíceis de serem alcançados impostos por chefes aos seus colaboradores também ganham destaque. Muitas vezes, a pessoa pode não ser capacitada para tal função ou já estar desempenhando outras atividades, e isso pode impedir o cumprimento de demandas solicitadas. A pessoa se sente, então, sobrecarregada e, ao mesmo tempo, incapaz, pois deseja realizar o que lhe é proposto, mas não tem meios para isso.

O termo “Burnout” vem do inglês e é uma união de duas palavras: “burn”, que quer dizer queimar, e “out”, que significa exterior. Então, a Síndrome de Burnout pode ser caracterizada como uma queima de fora para dentro, ou seja, fatos externos que causam muita pressão no interior, na mente. Ela pode resultar em graves estados depressivos e episódios de ansiedade, por isso, como veremos no decorrer deste texto, a prevenção é muito importante.

Quais as causas dessa síndrome?

As principais causas da Síndrome de Burnout são o estresse crônico e a tensão emocional gerados no ambiente de trabalho por condições físicas, psicológicas e emocionais desgastantes. Essa doença mental está ligada ao trabalho e é derivada exclusivamente das situações que ocorrem no âmbito profissional.

Sintomas

Os sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout são muitos, e você não precisa sentir todos eles para ser diagnosticado. Na maioria das pessoas, os sintomas aparecem de forma leve e vão piorando com o passar do tempo. Os portadores da Síndrome de Burnout geralmente pensam que estão apenas cansados e que se trata de um mal-estar passageiro.

Mas, atenção: ao sentir um ou mais sintomas listados a seguir, procure ajuda especializada. Essa síndrome evolui muito rapidamente para casos severos de depressão e ansiedade. Atente-se se você estiver sentindo:

  • exaustão extrema, física e mental;
  • dor de cabeça frequente;
  • alterações no apetite: sentir mais ou menos fome;
  • insônia;
  • sentimentos de fracasso e insegurança;
  • dificuldades para se concentrar;
  • pensamentos negativos constantes;
  • sentimentos de derrota e incompetência;
  • desânimo;
  • alterações de humor;
  • aumento da pressão arterial;
  • dores musculares;
  • isolamento;
  • alteração dos batimentos cardíacos;
  • problemas no sistema gastrointestinal (estômago e intestino).

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