Taxas do Tesouro IPCA+ sobem e dos prefixados caem após Focus
Nesta segunda-feira, as taxas dos papéis do Tesouro Prefixado 2027 e 2031 apresentaram quedas, com rendimentos de 11,45% e 11,48%

As taxas do Tesouro Direto apresentaram movimentos opostos no final da manhã desta segunda-feira (19), após a divulgação do Boletim Focus, que trouxe revisões nas projeções de inflação e juros para este ano e 2025. Enquanto as taxas dos títulos Prefixados caíram, o juro real pago pelos títulos indexados ao IPCA registrou alta.

Economistas consultados pelo Banco Central agora esperam que a inflação encerre 2024 em 4,22%, após a quinta revisão consecutiva para cima no relatório. Já para 2025, a projeção foi revisada para baixo, de 3,97% para 3,91%.

No que diz respeito aos juros, a projeção para a taxa Selic ao final de 2024 se manteve em 10,50%, mas para 2025, a estimativa subiu para 10%, após ter sido ajustada para 9,75% na semana anterior, marcando dois aumentos consecutivos de 25 pontos-base.

No entanto, essas projeções divergem da expectativa do mercado. De acordo com um levantamento do Itaú BBA, as curvas de juros encerraram a semana passada precificando uma inflação de cerca de 4,5% para 2024, mantendo-se em torno de 5,5% em 2025. Além disso, a Selic média ao longo de 2025 está precificada em 12%.

Nesta segunda-feira, as taxas dos papéis do Tesouro Prefixado 2027 e 2031 apresentaram quedas, com rendimentos de 11,45% e 11,48%, respectivamente, na segunda atualização do dia. Esses valores são inferiores aos 11,51% e 11,54% observados na abertura da sessão.

Por outro lado, os títulos atrelados à inflação registraram alta nas taxas de juros reais. O Tesouro IPCA+ 2029, por exemplo, viu sua taxa subir de 6,08% para 6,13% ao ano. O título de dez anos avançou de 5,84% para 5,88%, enquanto o papel mais longo, com vencimento em 2045, retornou ao patamar de 6%, subindo de 5,97% para 6,01%.

Analistas destacam que o fato de os juros futuros estarem precificando uma alta de 150 pontos-base na Selic para o próximo ano pode exercer pressão sobre o Comitê de Política Monetária (Copom) em suas próximas reuniões.

Apesar disso, essa expectativa ainda não está totalmente refletida nos títulos, uma vez que os retornos de médio e longo prazos voltaram a subir, embora as taxas permaneçam abaixo dos níveis mais altos registrados neste ano.


redacao
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