Tokenização é a atividade favorita de 55% dos bancos em ativos digitais
As emissões de títulos de dívida tokenizados mostraram como o uso de redes de registro distribuído (DLTs) pode automatizar até 2 mil tarefas nesse processo

Um estudo publicado pelo Citi revela que a tokenização é a atividade relacionada a ativos digitais preferida por 55% dos bancos ao redor do mundo, que já estão desenvolvendo iniciativas para ingressar nesse mercado. Trabalhar diretamente com criptomoedas ficou em segundo lugar, com 38% de preferência, enquanto a emissão de criptoativos próprios foi a menos escolhida, com apenas 7%.

“De uma perspectiva prática, a tokenização é o principal facilitador na ponte entre os mundos dos ativos digitais e tradicionais, oferecendo a liquidez do mercado tradicional e a mobilidade e programabilidade do mercado digital”, aponta o estudo.

As emissões de títulos de dívida tokenizados mostraram como o uso de redes de registro distribuído (DLTs) pode automatizar até 2 mil tarefas nesse processo, economizando entre 800 a 1.000 horas de trabalho. Desde 2019, mais de US$ 15 bilhões foram emitidos em ativos digitais institucionais, sendo US$ 8,5 bilhões em títulos de dívida, de acordo com o levantamento.

“A promessa da blockchain é aumentar a eficiência em todo o ciclo de negócios, acelerando processos e aumentando a automação”, afirma Ryan Marsh, chefe de inovação e investimentos estratégicos do Citi Securities Services.

Preferência pela Tokenização em Diferentes Setores

A tokenização também é considerada a atividade mais atrativa por 72% dos custodiantes, 57% dos corretores e 52% dos gestores de ativos. O único segmento que prefere a compra e venda de criptomoedas são os investidores institucionais, com 72% deles vendo as criptomoedas como uma oportunidade melhor, enquanto apenas 14% preferem a tokenização.

Esses dados foram obtidos por meio de uma pesquisa quantitativa com 494 executivos de infraestrutura de mercado, custodiantes, bancos e corretores em todo o mundo, além de entrevistas qualitativas com 14 empresários do setor financeiro.

Desafios e o Futuro da Blockchain

Apesar do entusiasmo com a tokenização, a ausência de uma moeda digital de livre circulação em DLT emitida por um banco central, como uma CBDC (moeda digital de banco central), é vista como um obstáculo ao crescimento do mercado de blockchain para instituições financeiras. Atualmente, a solução mais utilizada tem sido a tokenização de fundos de money market, de alta liquidez.

Ryan Marsh acredita que o próximo ciclo de desenvolvimento esclarecerá se o modelo vencedor para o uso de blockchain nas instituições financeiras será o de múltiplas redes privadas ou uma rede única com alto nível de integração. “Acho que começará com múltiplas blockchains, mas pode haver uma redução mais tarde, porque a multiplicidade acaba dividindo a liquidez”, acrescenta Marsh.

Com essas tendências, a tokenização continua a se destacar como uma das maiores promessas para a evolução do mercado financeiro global, facilitando o cruzamento entre ativos tradicionais e digitais.

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