As ações da Vale (VALE3) encerraram 2024 com queda acumulada de 23%, marcando o pior desempenho desde 2015 e um valor de mercado abaixo de US$ 40 bilhões, menor desde 2016. O cenário reflete principalmente a retração de 15% no preço do minério de ferro, impactado pela fraca demanda chinesa, altos estoques e margens reduzidas nas siderúrgicas. Nos primeiros dias de 2025, as ações da companhia já registraram queda adicional de 5,5%.
Perspectiva para VALE3 em 2025
Apesar do cenário desafiador, analistas mantêm otimismo moderado sobre VALE3. O Citi destaca que a ação está subvalorizada, com um potencial de alta de 41% e dividend yield projetado de 9% para 2025. O banco prevê que o preço do minério de ferro cairá para US$ 95 por tonelada, mas acredita em equilíbrio entre oferta e demanda no mercado global.
O Bradesco BBI também recomenda compra, apostando em geração de caixa robusta e rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) atrativo de 15% em 2025. A Vale permanece como a principal escolha do banco no setor de Mineração e Siderurgia, devido ao valuation atrativo, crescimento de vendas e menores custos.
Cautela de Parte do Mercado
Por outro lado, o mercado segue dividido. De 17 casas consultadas pela LSEG/Reuters, 9 recomendam compra e 8 têm posição neutra. O BTG Pactual, por exemplo, mantém visão neutra, apontando incertezas no cenário macroeconômico global, especialmente na China, e pressionando múltiplos da empresa.
Mesmo com eventos positivos recentes, como a renegociação de concessões ferroviárias e acordo favorável sobre a Samarco, a previsão é de revisões negativas em 2025 devido à expectativa de preços mais baixos para o minério de ferro.
Embora as ações da Vale enfrentem desafios, analistas destacam que a empresa ainda oferece oportunidades de investimento devido ao potencial de geração de caixa, dividendos atrativos e possíveis surpresas positivas no mercado de minério de ferro. No entanto, o desempenho dependerá de fatores macroeconômicos, especialmente a recuperação da demanda chinesa.